De assaltos a sequestros: shoppings viram alvos de criminosos no ES

Polícia Civil já registrou quatro casos de assaltos de janeiro até o início de junho dentro de estacionamentos de shoppings em Vila Velha, na Grande Vitória. Assaltos e sequestros são registrados em estacionamentos de shoppings em Vila Velha
Segundo a Polícia Civil, de janeiro até o início de junho deste ano, quatro assaltos dentro de shoppings foram registrados em Vila Velha, na Grande Vitória. Em três dos quatro casos, as vítimas ainda foram sequestradas.
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A partir do testemunho de vítimas que sofreram esses crimes, é possível perceber que eles aconteceram praticamente da mesma forma. Todas foram rendidas no momento em que entravam no carro para ir embora.
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Após o primeiro contato, os criminosos então passavam a obrigar que elas fizessem transferências por pix, e após minutos de ameaça, fugiam levando o carro das vítimas.
Uma mulher de 43 anos, que não quis se identificar, foi uma das vítimas. Ela contou que viveu momentos de terror durante o assalto. Ela foi rendida pelo suspeito no estacionamento de um shopping da cidade no começo desse mês.
“Quando eu olhei, a arma já estava apontada para mim e aí o bandido pediu para eu pular para o banco do carona. Eu pulei para o banco do carona, ele sentou no banco do motorista, fechou a porta e, apontando a arma para a minha cabeça, falou que queria R$ 30 mil”, disse a vítima.
O criminoso obrigou a vítima a fazer um pix de R$ 9 mil. Insatisfeito, ele ameaçou sequestrá-la.
“Nesse momento eu entrei em pânico, porque o meu maior medo durante todo o momento era a questão do sequestro. E aí eu implorei pela minha liberdade. Ele me deixou sair do carro, foi embora com o carro e saiu do shopping levando todos os pertences”, comentou.
Imagem de arquivo mostra pessoa usando celular
Pongsawat Pasom/Unsplash
Na hora do assalto, a mulher estava saindo da academia, por volta das 21h. Ela pontuou que tinha escolhido malhar no shopping, justamente, por achar que estaria mais segura.
“A gente tem a falsa impressão de que está seguro porque tem segurança na entrada, na saída, porque tem cancela, monitoramento do carro que entra, acha que tem câmera. E na verdade não está. A gente fica sempre com aquela sensação de vulnerabilidade, de que vai acontecer de novo”, declarou a vítima.
Especialistas acreditam que os criminosos podem estar de olho no público que frequenta o shopping diariamente e tem condições financeiras para fazer transferências bancárias pelo celular.
“A gente precisa em primeiro lugar ter números, as pessoas precisam comunicar esse crime para o estado através de um boletim de ocorrência, ou ir até a delegacia mais próxima para comunicar, para que o estado tenha número e verifique se isso são casos isolados ou se isso é uma mudança de comportamento de fato dos criminosos”, relatou o advogado criminalista, Rivelino Amaral.
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De acordo com o advogado, os shoppings e as empresas que administram os estacionamentos pagos tem responsabilidade pela segurança dos consumidores.
“O shopping é uma área privada, mas quando ele tem um estacionamento cobrado, ele tem responsabilidade também sobre as pessoas e os bens que ali estão. Então as pessoas precisam comunicar o estado e aí vai ser instaurado uma investigação, eventualmente, se for o caso, uma ação de indenização para que tenha-se uma resposta através de um processo judicial de quem é o direito desses casos”, afirmou.
Polícia investiga os casos
A Polícia Militar disse que foi acionada para casos de roubos no shopping nos dias 28 de maio e 2 de junho, sendo, respectivamente, uma professora que saía da academia, no Shopping Boulevard, e uma família, no Shopping Praia da Costa.
Ainda segundo a Polícia Militar, nos dois casos as vítimas foram abordadas quando entravam no carro para sair do shopping.
Em um dos casos de assalto dentro de estacionamentos de shoppings em Vila Velha, Espírito Santo, suspeitos estavam seguindo as vítimas
Reprodução/TV Gazeta
No segundo caso, a PM disse que o pai, mãe e filha levaram um susto quando um homem entrou no carro logo após os três entrarem.
Após render a família, o criminoso os ameaçou pedindo pix, e após a transferência, ele saiu do veículo e fugiu.
Eles não foram o único grupo familiar a sofrer na mira de criminosos. Em janeiro deste ano, três mulheres e duas crianças da mesma família foram reféns de dois suspeitos, sendo um homem de 30 anos e outro de 17 anos. O grupo até chegou a ser seguido pelos suspeitos antes do crime.
A Polícia Civil ressaltou que está investigando os casos, mas que até o momento, nenhum suspeito foi preso.
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O que dizem os shoppings
O Shopping Praia da Costa informou que está a disposição das autoridades para contribuir com as investigações e que está implementando diversas ações de segurança, como aumento do efetivo e ampliação do circuito de videomonitoramento.
Já o Shopping Boulevard disse que a equipe de segurança detectou a ação e tentou parar o criminoso, que avançou pelas cancelas do estacionamento e fugiu. Relatou ainda que vai colaborar com todas as informações para que o suspeito seja localizado e que a cliente foi acolhida.
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FONTE: Lapada Lapada