domingo, dezembro 22, 2024

Buzetti manda Abílio “caçar o que fazer” e cobra debate sério sobre PL do Aborto | RDNEWS

Montagem/Reprodução

Após o deputado federal Abílio Brunini (PL) afirmar na tribuna da Câmara dos Deputados que mulheres fazem aborto para “curtir a vida“, a senadora Margareth Buzetti (PSD) recorreu às redes sociais para sugerir que o parlamentar “vá caçar o que fazer” ao invés de tentar endurecer as penas para vítimas de estupro mais do que a punição atual prevista para os próprios estupradores.

A polêmica envolve o Projeto de Lei 1904/2024, que classifica o aborto após 22 semanas como homicídio, o que significa que mulheres vítimas de estupro que interromperem a gestação além desse prazo podem ser condenadas a até 20 anos de prisão. Em vídeo postado nas redes sociais Buzetti posicionou-se contra o projeto e criticou Abílio, acusando-o de generalizar todas as mulheres como irresponsáveis e criminosas.

“Ouvi um deputado dizendo por aí que mulheres fazem aborto para curtir a vida. Meu filho, vai caçar o que fazer. Eu tive dois abortos espontâneos e posso te garantir: não é fácil! Agora você falando dessa forma, você julga todas as mulheres como se fossem irresponsáveis, como se estivessem tirando uma vida. Isso é inaceitável. Precisamos de mais responsabilidade nessa discussão, e é isso que espero do Senado Federal quando este projeto chegar lá”, disparou.

Abílio tem defendido o PL argumentando que está protegendo a vida da criança concebida, que não tem culpa de ser fruto de um estupro. Para a senadora, o PL 1904/2024 serve para penalizar ainda mais meninas e mulheres que forem estupradas, obrigando-as a enfrentar não só a violência sofrida, mas também o risco de uma longa pena de prisão conforme proposto pelo projeto.

“Pais do aborto”

Buzetti argumenta ainda que é crucial discutir o papel dos homens nesta questão, referindo-se a eles como “pais do aborto”. Ela defende que o que deveria estar sendo discutido é o Projeto Antifeminicídio, de sua autoria, que propõe aumento da pena para homens que cometem feminicídio, ao invés de o Congresso estar julgando e penalizando ainda mais as vítimas de estupro.

“Nenhuma mulher espera 22 semanas para fazer um aborto por vontade própria, porque realizar um aborto legal no Brasil é extremamente difícil e complicado. Espero que, quando este projeto chegar ao Senado, possamos ter uma discussão ampla e séria nas comissões responsáveis”, ressaltou.

A senadora também alertou que, a cada oito minutos, uma menina ou mulher é vítima de estupro no Brasil, considerando um absurdo que, apesar do crime cometido, o estuprador receba uma pena de 12 anos, enquanto a vítima possa enfrentar uma pena de até 20 anos.

FONTE: RDNEWS

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