O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro (PSD), aproveitou a visita feita a Cáceres (a 220 km de Cuiabá) nesta sexta-feira (21) para comparar a diferença na relação entre o Governo Lula (PT) e o setor do agronegócio após um ano e meio de gestão. O ministro relembrou as dificuldades enfrentadas no início da gestão petista na relação com os municípios do interior de Mato Grosso e de outros estados em razão de divergências políticas e como o quadro parece ter mudado, uma vez que hoje discursava para uma sala cheia.
“Faz um ano e meio, quando as pessoas não concordavam com nosso posicionamento político, éramos desconvidados. Hoje, vemos esta sala cheia, muitos dos presentes podem não compartilhar nossa visão política, mas estão aqui de mente aberta, prontos para ouvir, dialogar e propor um Brasil melhor, mais eficiente”, declarou.
Caroline De Vita
A resistência do setor em aceitar o resultado das eleições de 2022 – inclusive com Fávaro chegando a ser desconvidado de um grande evento – resultou em meses de relação tensa.
Hoje acompanhado dos ministros Simone Tebet (MDB), do Planejamento e Orçamento, e Waldez Góes (PDT), da Integração e do Desenvolvimento Regional, Fávaro participou do evento “Rota de Integração Brasil, Ásia e Mercado Andino” para inauguração da Rota Rondon, uma nova via estratégica que promete revolucionar o agronegócio brasileiro e fortalecer os laços comerciais com a comunidade andina.
Após 18 meses do terceiro mandato do presidente Lula, o ministro expressou sua satisfação por poder retornar ao interior do Brasil e prestar contas de sua gestão, além de discutir planos de ação e o futuro da população mato-grossense.
Ele destacou que, nesse período, o Brasil avançou de 12ª para 8ª maior economia do mundo, previu um crescimento positivo do PIB de 3%, uma taxa de desemprego em torno de 7% e uma inflação controlada entre 3% e 4%.
Caroline De Vita
Contudo, o ministro lamentou que, segundo ele, devido à resistência do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os juros básicos estejam em 10,5%. Para Fávaro, isso não condiz com uma inflação entre 3% e 4%, resultando em uma taxa real de juros de 6% ao ano, o que considera um obstáculo ao crescimento.
“Mas, não vamos apenas reclamar ou ficar na retórica. Desde o primeiro dia de governo, o presidente Lula nos disse que a polarização seria superada com trabalho e dedicação. Enquanto alguns criticavam suas 20 viagens internacionais em 2023, ele as via como oportunidades para reconectar o Brasil com o mundo, fortalecendo laços de amizade e oportunidades. Ele nos pede, ministros, para fazermos o mesmo, transformando isso em oportunidades para o povo brasileiro”, enfatizou.
FONTE: RDNEWS