quinta-feira, julho 4, 2024

Produtor de MT tem ensino superior e dedica mais de 20 anos ao campo | RDNEWS

Imagem Ilustrativa

Um levantamento aponta que 42,8% dos produtores rurais mato-grossenses têm ensino superior e idade média de 51 anos, com mais de 20 anos de dedicação à atividade agropecuária, representado por 53% dos ruralistas. Esse é o perfil do homem do campo em Mato Grosso, identificado em uma pesquisa realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), apresentada nesta segunda-feira (01).

De acordo com a pesquisa, que entrevistou produtores de 94 municípios mato-grossenses, responsáveis por agricultura de soja, milho e algodão e pela pecuária, após os graduados, os que possuem ensino médio ocupam o segundo lugar no perfil, representando 24,4% do total. Em seguida aparecem aqueles com formação apenas em ensino básico (17,8%), pós-graduação (5,8%) e os analfabetos (0,5%)

“Foi demonstrado que os produtores rurais são pessoas qualificadas, então a mão de obra também tem que estar nesse nível. Portanto, existe essa demanda e essa cobrança de terem colaboradores com melhor formação. Isso é um trabalho que a gente já vem fazendo. No Senar, mudamos algumas regras com cargas horários maiores para formação de mão de obra, além da reciclagem, que é aquela capacitação de 40 horas semanais para mostrar novas tecnologias que existem dentro dos equipamentos”, Vilmondes Tomain, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

Rodinei Crescêncio

Vilmondes Sebasti�o Tomain, Presidente da Famato

Vilmondes Sebastião Tomain, presidente da Famato

Observou-se que a maior participação, representando 20%, está na faixa etária de 50 a 59 anos. A média da idade dos produtores rurais mato-grossenses foi calculada em 51 anos – sendo a idade mais avançada informada de 85 anos, enquanto a mais jovem foi de 20 anos.

Sobre o tempo de atuação na atividade rural dos produtores no estado, em média os entrevistados estão há 20 anos no campo se dedicando à atividade agropecuária. Dentre as categorias, a que se refere aos que estão envolvidos na atividade entre 11 a 20 anos registrou com 24,4% das respostas. Ao considerar apenas os produtores com mais de 20 anos de experiência na atividade, esse percentual atinge 53,5%, sendo que 7% se dedicam já mais de 51 anos.

“Identificamos um perfil mais jovem que de outras regiões do país, que acaba se adaptando com as mudanças tecnológicas mais rápido. Ele já chega não só pela sucessão, mas pelo auxílio dos genitores que atuam na atividade, e os filhos começam a mudar um pouco desse perfil, conseguindo cada vez mais aplicar o ritmo e a adaptação dentro das propriedades. Também identificamos que até o perfil de produtores mais velhos buscam por novas tecnologias, e vemos uma mudança cada vez mais rápida e níveis de gestão cada vez mais aprimorados nas propriedades”, afirma o superintendente do Imea, Cleiton Gauer.

Rodinei Crescêncio

Cleiton Gauer, superintendente do Imea

Cleiton Gauer, superintendente do Imea

Segundo a pesquisa, a área total das propriedades somou 772,4 mil hectares, com uma média de 2 mil hectares por propriedade. A faixa de tamanho que registrou a maior parcela de produtores foi a de 1.001 a 2.500 hectares, representando 27,8% do total. Ao analisar a distribuição da área destinada ao cultivo de soja nas propriedades, observa-se que 30,4% delas têm entre 1.001 a 2.500 hectares de soja. Em relação à área de pastagem identificada na pesquisa, destaca-se a categoria com áreas de pastagem entre 101 e 500 hectares, representando 37,5% dos produtores.

No que se refere à quantidade de trabalhadores fixos na propriedade, 37,2% dos produtores rurais afirmaram possuir de 1 a 3 funcionários fixos. Cabe destacar que, na pesquisa realizada, obteve-se um número considerável de propriedades com grande extensão de área. Portanto, optou-se pelo uso da mediana para representar as propriedades de maneira geral, pois esta é uma medida que divide os dados em duas partes iguais, sendo útil para identificar a localização central dos dados sem ser influenciada por valores extremos.

Rodinei Crescêncio

Cleiton Gauer, superintendente do Imea e Vilmondes Sebasti�o Tomain, Presidente da Famato

A presença ou ausência de bonificações, além dos salários, pode influenciar a satisfação e retenção de funcionários nas propriedades. Assim, 47,59% dos produtores rurais bonificam seus funcionários para além dos salários, em Mato Grosso.

Constatou-se na pesquisa, ainda, que 81,89% das propriedades rurais possuem conexão com a internet, enquanto 14,54% não contam com esse recurso – ganhando destaque o fato de que, entre os que não possuem internet na propriedade, a maioria são pecuaristas.

O objetivo da pesquisa é subsidiar o desenvolvimento de estratégias e programas para enfrentar os desafios na agropecuária mato-grossense, contribuindo para o crescimento sustentável do setor e para a promoção do desenvolvimento socioeconômico do estado.

FONTE: RDNEWS

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