A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está com um processo seletivo específico aberto para ocupação das mais de 1.900 vagas remanescentes nos cursos de graduação presenciais. As vagas disponíveis são no Campus de Cuiabá (954), Várzea Grande (151), Araguaia (459) e Sinop (418). Qualquer pessoa que fez uma das últimas 10 edições do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) pode concorrer a uma das vagas. Os interessados devem acessar a página da Universidade para realizar a inscrição gratuitamente até às 23h59 do dia 21 de julho.
Este texto apresenta algumas informações importantes, especialmente para os estudantes de baixa renda, sobre políticas existentes nas universidades que auxiliam na permanência dos estudantes na instituição enquanto percorrem a jornada pelo tão sonhado curso superior.
Quando se fala de cursar uma faculdade, uma das perguntas que passam pela cabeça dos jovens de famílias com poucos recursos financeiros é: “Como irei me manter enquanto estiver na universidade?”
O que muitos não sabem é que universidades, como a UFMT, possuem políticas públicas para apoiar os estudantes de baixa renda. Essas são as chamadas políticas de assistência estudantil, que fornecem diferentes tipos de auxílios, como auxílio permanência, auxílio moradia, casa do estudante, entre outros, além do Restaurante Universitário (RU). Para ter acesso à maioria dessas políticas, após ser aprovado, o estudante precisa concorrer a um edital de seleção interno na UFMT, que irá apoiar os estudantes mais necessitados.
O auxílio moradia disponibiliza o valor de R$ 700,00 por mês para estudantes de baixa renda vindos de outras cidades. Outra opção de apoio para quem vem de fora é a Casa do Estudante. Neste caso, em vez de receber o recurso, o estudante recebe uma vaga em um quarto, em uma moradia da instituição.
O auxílio permanência disponibiliza o valor de R$ 700,00 por mês, para auxiliar os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica selecionados a custearem suas despesas. Este auxílio pode ser pleiteado por estudantes, cuja família tenha residência na cidade sede da universidade. Ou seja, um estudante de um bairro da periferia de Cuiabá, Várzea Grande, Sinop ou de Barra do Garças que venha a ser aprovado na UFMT poderá ser contemplado com esse auxílio.
O Restaurante Universitário (RU) é a base da política de alimentação da UFMT. No RU, o estudante pode ter isenção das refeições (subsídio integral) ou subsídio parcial. A isenção total, ou seja, o fornecimento da refeição de forma gratuita para o estudante, é realizada para os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica selecionados. Os demais estudantes da UFMT recebem o subsídio parcial e têm acesso diariamente às três refeições pelos seguintes valores: R$ 1,00 para o café da manhã; R$ 2,50 para o almoço; e R$ 2,50 para o jantar.
No Brasil, os 5% mais pobres da população, vivem com uma renda mensal de até 232 reais por pessoa. Saber sobre a existência desses auxílios pode ser um grande incentivo, para que pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, possam acreditar que a universidade também é para elas.
Tenho certeza de que, se as informações sobre os auxílios chegarem até as periferias, muitos jovens vão começar a acreditar que também terão condições de entrar e se manter na universidade. Para além do público em vulnerabilidade, é importante também divulgar as 1.900 vagas para todos que sonham em chegar à universidade pública, e depois alcançar a vaga que deseja no mundo do trabalho. A educação é a melhor ferramenta de transformação social.
Caiubi Kuhn é Geólogo, Doutor em Geociência e Meio Ambiente (UNESP), Professor na UFMT
FONTE: Folha Max
