Ministro do STJ mantém TJMT responsável por julgar Emanuel e mais 3

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso e manteve a competência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para julgar a ação que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e outras três pessoas por um suposto esquema para furar a fila de vacinação da Covid-19, em Cuiabá.

 

Diante de tal quadro, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento da exceção de incompetência para se evitar a indevida supressão de instância

A decisão foi assinada pelo ministro Ribeiro Dantas.

 

O recurso foi proposto pelo ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá, Gilmar de Souza Cardoso, que também é investigado na ação.

 

Além dele e Emanuel, também integram o processo o irmão do prefeito, Marco Polo de Freitas Pinheiro, o Popó, e o ex-chefe de gabinete do Executivo, Antônio Monreal.

 

No recurso, o ex-adjunto alegou que a ação deveria ser julgada pelo STJ porque uma das pessoas supostamente beneficiada pelo esquema foi um juiz que recentemente se tornou desembargador do TJMT. 

 

O Ministério Público Estadual (MPE), autor da ação, porém, optou por não denunciar o desembargador. 

 

Na decisão, o ministro entendeu que seria “prematuro” determinar que o processo tramite no STJ tendo em vista que um pedido de incompetência do TJMT será julgado pela Corte Estadual, que ainda não proferiu decisão.

 

“Em consulta à página oficial do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, verifiquei que ainda não foi disponibilizado o resultado de eventual julgamento da referida exceção de incompetência, caso tenha sido efetivamente realizado”, escreveu.

 

“De todo modo, certo é que naquele feito o ora reclamante questiona exatamente a competência aqui reclamada. Diante de tal quadro, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento da exceção de incompetência para se evitar a indevida supressão de instância”, completou. 

 

A ação

 

O MPE acusa o prefeito de autorizar que dezenas de pessoas furassem a fila da vacinação. A maioria dos agendamentos não teria respeitado as datas estabelecidas para cada faixa etária, ou seja, há o indicativo de que o prefeito teria autorizado as pessoas a furarem a fila.

 

O órgão aponta Emanuel como chefe da associação criminosa. “Era ele quem recebia os dados do núcleo político ou recebia de pessoas de seu próprio interesse”, descreveu o MPE.

 

O núcleo político, segundo a denúncia, era integrado por Popó e Antônio Monreal. “Eles tinham a função de receber os pedidos e fazer o filtro das pessoas consideradas como ‘importantes’ para serem atendidas pela associação criminosa'”.

 

Já Gilmar é acusado de integrar o “núcleo operacional”. Seria ele o responsável por inserir os dados falsos na plataforma de vacinação a pedido do prefeito e dos outros integrantes.

 

“A associação entre os envolvidos perdurou por grande parte do período pandêmico, restando caracterizados os requisitos da estabilidade e permanência para o fim específico de cometer crimes, os quais certamente causaram grave prejuízo a um grande número de pessoas que tiveram preterido seu direito de receber o esperado imunizante”. 

 

FONTE: MIDIA NEWS

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