quinta-feira, novembro 27, 2025

Escute seu corpo. Sentir dor não é normal! | RDNEWS

Escute seu corpo. Sentir dor não é normal! | RDNEWS

Rodinei Crescêncio/Rdnews

Sentir dor é algo comum para muitas pessoas, mas, por mais frequente que seja, não deve ser encarado como algo normal. A dor é o principal mecanismo de alerta do nosso corpo. Ela surge para nos avisar que algo está errado e que precisa de atenção. Ignorar esse sinal pode ser perigoso, pois pode esconder um problema mais sério. Quando sentimos dor, tendemos a buscar alívio rápido, seja por meio de analgésicos ou outros métodos paliativos. No entanto, essa abordagem não resolve o problema real, pois a dor não é o inimigo — ela é um aviso.

Imagine que seu corpo é como uma máquina complexa. Quando algo dá errado, ele não tem uma sirene externa para chamar sua atenção, como uma máquina quebrada teria. Em vez disso, o corpo usa a dor como um alarme interno. Ao sentir dor, você não está lidando diretamente com o problema, mas sim com o aviso de que algo não está funcionando corretamente. Se a dor for ignorada, o problema que a causou pode se agravar e, com o tempo, levar a complicações ainda maiores. Por isso, é crucial entender que sentir dor não é normal e que ela sempre deve ser investigada.

Há um equívoco comum de que, com o passar dos anos, é natural conviver com dores no corpo. Muitas pessoas acreditam que dores nas costas, nas articulações ou dores de cabeça frequentes são apenas parte do envelhecimento ou do estresse cotidiano. No entanto, isso é um grande erro. A dor não deve ser aceita como parte da vida. Embora seja comum sentir dor de tempos em tempos, isso não significa que seja normal. Quando a dor aparece, algo no corpo está errado, e ela deve ser encarada como um sinal de que você precisa buscar uma solução para o problema.

Há um equívoco comum de que, com o passar dos anos, é natural conviver com dores no corpo. Muitas pessoas acreditam que dores nas costas, nas articulações ou dores de cabeça frequentes são apenas parte do envelhecimento ou do estresse cotidiano

Existem certos tipos de dor que indicam que é hora de procurar ajuda médica. As dores que duram dias ou semanas, por exemplo, não devem ser ignoradas. Se uma dor é persistente, isso significa que o corpo está pedindo ajuda continuamente, e a causa precisa ser investigada. Outro sinal de alerta são as dores que se intensificam com o tempo. Quando uma dor que começou leve vai se tornando mais forte, isso pode indicar que o problema está se agravando.

Dores que limitam seus movimentos, como dificuldade para caminhar, se sentar ou realizar tarefas cotidianas, também são um sinal claro de que algo está errado. Essas dores, muitas vezes relacionadas a problemas nas articulações ou na musculatura, podem evoluir para lesões mais graves se não forem tratadas. Além disso, dores repentinas e de grande intensidade merecem atenção especial. Quando a dor aparece de forma súbita e com grande intensidade, pode estar relacionada a uma lesão grave ou a um problema interno que precisa de intervenção imediata.

Quando você sente dor, o principal objetivo não deve ser apenas mascará-la com medicamentos. Embora seja tentador buscar alívio rápido, é essencial entender por que a dor está ocorrendo. Muitas vezes, as dores de cabeça frequentes podem estar relacionadas a problemas como desidratação, má alimentação ou estresse. Dores nas costas podem estar associadas à má postura, ao sedentarismo ou a sobrecargas físicas. Em cada caso, a causa da dor pode ser diferente e, por isso, o tratamento também precisa ser específico. Se o foco for apenas o alívio dos sintomas, o problema pode persistir e se agravar ao longo do tempo.

Buscar a causa da dor envolve consultar especialistas e realizar exames, se necessário. Muitas dores, principalmente as crônicas, são resultado de problemas posturais ou maus hábitos que foram acumulados ao longo dos anos. Ajustes simples, como melhorar a postura ao trabalhar ou caminhar, realizar alongamentos diários ou iniciar uma rotina de exercícios físicos supervisionados, podem prevenir e aliviar muitos tipos de dores. A fisioterapia, por exemplo, é um tratamento eficaz para corrigir problemas musculares e articulares, enquanto a prática de exercícios físicos regulares ajuda a fortalecer o corpo e prevenir futuras dores. Além disso, o acompanhamento médico regular é fundamental para garantir que as dores sejam tratadas de forma correta e evitar complicações no futuro.

A verdadeira solução para a dor está em tratar a causa, e não apenas os sintomas. Isso pode envolver mudanças significativas nos hábitos diários, como manter uma alimentação equilibrada, melhorar a qualidade do sono e cuidar da saúde emocional. O estresse, por exemplo, é um dos principais fatores que podem agravar ou desencadear dores crônicas. Técnicas de relaxamento e gerenciamento de estresse, como meditação ou yoga, também podem ajudar a reduzir a tensão muscular e melhorar a sensação de bem-estar geral.

Portanto, é essencial entender que sentir dor nunca deve ser considerado normal. Quando o corpo emite sinais de dor, é porque ele está tentando te avisar que algo não está funcionando corretamente. Ignorar esse sinal pode resultar em problemas maiores e comprometer sua qualidade de vida. Em vez de apenas buscar alívio temporário, o foco deve ser em descobrir a causa da dor e tratá-la de forma adequada. O primeiro passo é sempre procurar ajuda médica e, a partir daí, seguir as recomendações profissionais para corrigir o problema. Adotar hábitos saudáveis e realizar mudanças no estilo de vida são ações que podem prevenir o surgimento de novas dores e garantir uma vida mais plena e sem limitações.

Em resumo, a dor é o alarme do corpo. E, assim como você não ignoraria o alarme de incêndio de sua casa, não deve ignorar o alarme que o seu corpo dispara. O alívio pode ser tentador, mas a solução definitiva está em entender e tratar o problema real.

Fellipe Ferreira Valle é formado em medicina pela Universidade de Medicina de Teresópolis -RJ, realizando posteriormente residência médica em ortopedia na Santa Casa de Belo Horizonte onde também realizou especialização em cirurgia do joelho e cirurgia do ombro e cotovelo. É também membro fundador da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual e Socio efetivo da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Professor de medicina na UNIVAG e preceptor da residência de ortopedia da UNIC. Instagram :@dr.fellipe

FONTE: RDNEWS

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