Expectativas de crescimento econômico e reformas impulsionam queda da moeda americana, enquanto Ibovespa segue em alta
O dólar abriu em queda nesta quarta-feira (02), refletindo a reação positiva do mercado à recente elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s. No dia anterior, a moeda norte-americana havia registrado uma alta de 0,31%, sendo cotada a R$ 5,4640. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta de 0,51%, alcançando 132.495 pontos.
A Moody’s ajustou a classificação de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo o país dentro do grau especulativo, mas com uma perspectiva positiva que pode aproximar o Brasil do tão esperado grau de investimento. A elevação da nota foi motivada pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e pelas reformas econômicas recentes, embora o cenário fiscal ainda seja uma preocupação para a agência.
Cenário internacional e Federal Reserve
Nos Estados Unidos, o Relatório Nacional de Empregos da ADP revelou a criação de 143 mil novas vagas no setor privado em setembro, superando as expectativas de 124 mil. Esse resultado, superior também ao de agosto, quando foram criados 103 mil postos de trabalho, reflete a força do mercado de trabalho norte-americano e pode influenciar o Federal Reserve (Fed) a ser mais cauteloso em futuras reduções das taxas de juros, atualmente entre 4,75% e 5,00% ao ano.
O Fed já havia reduzido os juros em 0,50 ponto percentual na última reunião de setembro, e o mercado aguarda novos cortes até o final do ano. Contudo, ainda há incertezas sobre a magnitude desses movimentos.
Desempenho do Dólar e Ibovespa
Por volta das 9h30, o dólar apresentava queda de 0,73%, sendo negociado a R$ 5,4240. Na terça-feira, a moeda encerrou o dia em alta de 0,31%, cotada a R$ 5,4640. Até o momento, a divisa acumula:
Alta de 0,51% na semana;
Avanço de 0,31% no mês;
Ganho de 12,60% no ano.
O Ibovespa, que iniciou suas operações às 10h, acumulava os seguintes resultados:
Perda de 0,18% na semana;
Alta de 0,51% no mês;
Queda de 1,26% no ano.
Impactos no cenário interno
A elevação da nota de crédito do Brasil é o principal fator impulsionador dos mercados domésticos. A Moody’s destacou o crescimento de 1,4% do PIB no segundo trimestre de 2024 e as reformas econômicas em andamento como pontos cruciais para essa melhora. No entanto, o cenário fiscal do país segue como um desafio, com o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, mencionando as pressões causadas pelos altos gastos públicos.
Apesar das dificuldades fiscais, as perspectivas otimistas dos investidores podem levar a novas elevações da nota de crédito em breve.
Cenário externo e tensões no Oriente Médio
Além dos dados econômicos dos EUA, o panorama geopolítico também tem influenciado os mercados. As tensões no Oriente Médio, intensificadas pelo ataque do Irã a Israel, elevaram o preço do barril de petróleo em 5% no mercado internacional. Empresas exportadoras, como a Petrobras, se beneficiaram dessa alta e impulsionaram o Ibovespa.
Entretanto, a instabilidade gerada pelos conflitos pode fazer com que os investidores busquem segurança no dólar, fortalecendo a moeda norte-americana em relação ao real.
“Portal do Agronegócio”