quinta-feira, julho 31, 2025

Seca reduz geração de energia por PCHs em 50% em Mato Grosso, diz setor | RDNEWS

Cravari Geração de Energia

Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Bocaiúva, em Brasnorte (MT)

Com a extrema seca e escassez de chuvas, a geração de energia por hidrelétricas tem sido impactada em Mato Grosso, com uma redução de 50% na produção das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), afirma o presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (Sindenergia), Carlos Garcia. As grandes hidrelétricas acabam não sentindo tanto impacto, por terem reservatórios.

“As PCHs geralmente operam a fio d’água, sem capacidade significativa de reservamento. Assim, a seca severa reflete diretamente nas vazões dos rios e consequentemente na geração de energia. Por outro lado, no caso das grandes hidrelétricas, que possuem reservatórios, como o caso da Usina de Manso, obtém-se geração acima da média, garantindo geração de eletricidade no período seco”, explica.

Segundo Carlos, é essa compensação das grandes usinas que conseguem equilibrar o sistema e não deixam chegar ao nível de indisponibilidade energética.

“As UHEs que acabam carregando o sistema, já que 80% da geração vem dessas unidades. Quem acaba sentindo mais diretamente é o empresário, que acaba gerando bem menos energia, mas a rede como um todo tem energia suficiente por causa desses reservatórios”, aponta.

Assessoria

Pequena Central Hidrel�trica (PCH) Salto Jauru, em JauruPequena Central Hidrelétrica (PCH) Salto Jauru, em Jauru (MT)

No entanto, o representante do setor esclarece que esses reservatórios só podem ser utilizados até um determinado limite, não podendo passar de 50%, segundo os parâmetros da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso porque eles funcionam como uma “reserva de emergência” para qualquer situação futura, ou seja, não só para o período de seca, mas para uma possível crise hídrica que se estenda por longo período ou outros tipos de imprevistos. Por isso, essa reserva de emergência não pode ficar abaixo da metade.

“Por uma maior responsabilidade, as usinas termelétricas entram em operação, suprindo a geração hidrelétrica e equilibrando o sistema. O problema é que essa é uma geração cara, o que acaba refletindo na conta final. Nesse período, quando chega no horário de pico de uso, por exemplo, já não tem energia solar para ser gerada e é preciso aumentar a faixa das termelétricas”, detalha Carlos.

Algumas termelétricas já começaram a ser acionadas no Brasil. Em Mato Grosso, existe apenas uma usina térmica, e ela ainda não foi acionada. No entanto, Carlos explica que o acionamento das termelétricas no país acabam refletindo em Mato Grosso, já que o sistema é interligado, independentemente da energia.

“O principal desafio do Operador Nacional do Sistema [ONS] nesse período é conseguir alimentar o sistema elétrico com o menor custo possível, ou seja, maximizando a geração hidrelétrica em detrimento da geração térmica”, conclui.

FONTE: RDNEWS

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