Aluguel dispara e supera inflação: agora é a hora de comprar um imóvel? | RDNEWS

O mercado de aluguel residencial no Brasil passa por uma escalada de preços que pressiona cada vez mais o orçamento das famílias. De acordo com o Índice FipeZAP, que monitora os preços de locação em 36 cidades brasileiras, o valor dos aluguéis subiu 14,60% nos últimos 12 meses — mais de três vezes acima da inflação acumulada no período. Na região Centro-Oeste, o cenário é de forte valorização. Em Cuiabá, o aluguel residencial acumula alta de 7,66% no ano, refletindo um mercado de locação suscetível a variações na oferta e demanda de imóveis.

Essa disparidade com a inflação geral revela uma tendência preocupante: o custo de morar de aluguel está ficando cada vez mais distante da realidade de muitos brasileiros. Com o cenário atual, tirar o sonho da casa própria da gaveta pode ser uma forma de se proteger das constantes variações no mercado.

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O professor Leonardo Flauzino de Souza, doutor em Economia e professor na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), explica que entender a influência das taxas de juros é um fator relevante na decisão de alugar ou comprar um imóvel. “A taxa de juros básica afeta o crédito imobiliário, mas não de forma proporcional. Em um cenário onde a taxa Selic tende a permanecer estável ou reduzir, estamos em um bom momento para a aquisição de imóveis, especialmente para quem pode aproveitar as modalidades de financiamento com taxas mais baixas. Em muitos casos, o valor das prestações pode ser mais vantajoso que o do aluguel”.

Flauzino ressalta que quando os aluguéis sobem acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)), que mede a inflação oficial do país, isso gera uma pressão adicional sobre o orçamento familiar, especialmente se a massa de salários não estiver acompanhando esses reajustes. Isso pode levar a um aumento no endividamento das famílias e a uma necessidade urgente de reavaliar as finanças pessoais.

Subsídios são atrativos -O programa Minha Casa, Minha Vida, que oferece subsídios significativos para famílias de baixa renda, é um incentivador no processo de decisão. Desde sua criação em 2009, já beneficiou mais de 5,5 milhões de famílias. De acordo com o Governo Federal, no primeiro semestre de 2023, foram entregues cerca de 10 mil unidades habitacionais. Para aquelas com renda mensal de até R$ 2.640, os subsídios podem chegar a R$ 47.500.

O programa SER Família Habitação, criado em 2022 pelo governo de Mato Grosso, oferece subsídios de até R$ 20 mil. Dividido em três faixas, o programa habitacional contempla famílias com renda mensal de até R$ 8 mil e pode ser acumulado com o Minha Casa, Minha Vida, gerando descontos de até R$ 75 mil.

César Santos, gerente comercial da MRV, maior construtora da América Latinaacompanhoude perto a escalada do setor imobiliário no último ano. “Com o setor aquecido, oferecer condições acessíveis, como o parcelamento da entrada e a flexibilidade nos planos de pagamento, favorece o orçamento dos compradores, permitindo que aproveitem este momento favorável e concretizem o sonho da casa própria.”

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Nova geração, mesmo sonho – Embora a Geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, seja frequentemente associada a um estilo de vida mais livre e desapegado, o desejo de ter um imóvel próprio ainda persiste. Pesquisa da Brain Inteligência Estratégica revela que 68% dos jovens entre 21 e 34 anos preferem a compra de um imóvel a viver de aluguel.

Sabrina Rodrigues, de 24 anos, optou por se planejar antes de sair da casa dos pais em Cuiabá, e adquiriu um apartamento na planta, no Chapada das Palmeiras. Motivada pela ideia de segurança e investimento a longo prazo, Sabrina aproveitou o programa SER Família Habitação, que oferece condições facilitadas para a entrada e financiamento do imóvel.

“Percebi que o valor que gastaria com aluguel poderia ser melhor aplicado em algo que fosse meu, e ainda com uma parcela menor do que o aluguel médio da região, que gira em torno de mil reais”, explica. Financiando R$ 195 mil, Sabrina pretende amortizar o saldo devedor em até 15 anos, com o objetivo de quitar o imóvel o quanto antes.

FONTE: RDNEWS

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