Defesa quer exclusão de qualificadoras; Ministério Público vê crime premeditado | RDNEWS

A fase final do julgamento do caso da chacina em Sinop (a 480 km de Cuiabá), nesta terça-feira (15), foi marcada pelo pedido da defesa do réu confesso Edgar Ricardo de Oliveira, feita pelo defensor público Ricardo Bosquesi, para que o Júri desconsiderasse as qualificadoras como meio cruel e motivo torpe – o que é rechaçado pelo Ministério Público Estadual, no tribunal representado pelo promotor de Justiça Herbert Dias Ferreira. O MP acusa Edgar de premeditar o crime. O julgamento já tem mais de 11 horas de duração.

Herbert Dias detalhou a chacina, por meio da análise do vídeo das câmeras de segurança presentes no bar. Segundo ele, uma das alegações de Edgar é que o crime foi motivado após ele e Ezequias serem vítimas de “chacota” ao perder uma aposta de sinuca com uma das vítimas, Elizeu Santos da Silva, valendo R$ 4 mil. Entretanto, as imagens, que possuem áudio, mostram que não houve tal diálogo entre os jogadores durante e após o jogo de sinuca apostado.

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Promotor de Justiça Herbert Dias Ferreira e o Defensor Público Ricardo Bosquesi

Segundo o promotor, ao longo do jogo, Edgar chegou a falar sobre uma partida de futebol que passava na televisão do bar. “Não houve desentendimento, não houve zombaria (…). A motivação foi dinheiro, sim. Ele perdeu sete partidas, ficando sete a zero, depois [perdeu outra partida] em seis a um (…). Ninguém diz absolutamente nada, nenhum gesto. A única interação é esse comentário sobre o jogo de futebol”, destacou o promotor.

Uma das testemunhas que falou durante o julgamento, o investigador Wilson Cândido de Souza, que participou das investigações do crime, acredita que o crime foi premeditado e que Edgar perdeu as partidas de sinuca “de uma forma proposital para dar início à barbárie”.

Dentre os pedidos de desconsideração, feitos pelo defensor público Ricardo Bosquesi, estão a qualificadora de meio cruel, de motivo torpe e perigo comum (crime que coloca em risco um número indeterminado de pessoas), apontando que o réu utilizou uma arma de fogo de calibre alto, matando as vítimas rapidamente, algo que, segundo ele, é contrário ao meio cruel, que seria “uma morte lenta”.

Em contrapartida, o promotor de Justiça, Herbert Dias, afirmou que a prova dos autos “gritam” meio cruel, além de analisar imagens de câmeras de segurança que mostram que outras pessoas, que estavam próximas ao local “em um feriado de carnaval”, estavam em perigo, “sobretudo porque o crime aconteceu em uma área residencial”.

Quanto ao motivo torpe, o promotor destacou que o fato de Edgar ter cometido o crime logo após perder a terceira partida de sinuca e pegar o dinheiro da aposta antes de fugir é, sim, um motivo torpe.

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Edgar Ricardo de Oliveira, réu confesso da Chacina de Sinop, deu detalhes sobre o crime durante a sessão de julgamento nesta terça-feira (15)

Acusado nega crime premeditado

Ouvido mais cedo, o réu – que encontra-se recolhido na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá – detalhou o momento do ataque, mas negou que o crime tenha sido premeditado. Edgar afirmou que seu telefone havia sido clonado por Maciel Bruno, uma das vítimas, e que havia um plano de Bruno para roubá-lo.

Quem são as vítimas da chacina:

Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos

Orisberto Pereira Sousa, de 38 anos

Elizeu Santos da Silva, de 47 anos

Josué Ramos Tenório, de 48 anos

Adriano Balbinote, de 46 anos

Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, de 36 anos

Adolescente de apenas 12 anos, filha de Getúlio

FONTE: RDNEWS

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