sexta-feira, outubro 18, 2024

Presos pagam até R$ 20 mil para ter celular na PCE, diz desembargador | RDNEWS

O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJM)T e supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF), Orlando Perri, revelou que presos pagam propina entre R$ 5 mil e R$ 20 mil para poder ter um celular dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Ele sugeriu que os valores são pagos a servidores do sistema prisional, que são corrompidos.

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“Nós sabemos. É a realidade. Não são apenas os visitantes, os familiares, os amigos dos reeducandos que introduzem celulares para dentro do presídio. Nós sabemos lamentavelmente que existe corrupção dentro do sistema prisional”, destaca. “As informações nos dão conta que varia de R$ 5 mil a R$ 20 mil, se não mais (para ter um celular)”, completa Perri. 

Desde semana passada, as forças de segurança fizeram duas vistorias dentro da PCE, visando apreender celulares e outros itens usados pelos presos. A Operação Raio limpo apreendeu mais de 100 celulares em dois raios da penitenciária.

O desembargador também lembrou das medidas que já estão em vigor para diminuir o uso de celulares, como raio-x e retirada de tomadas das unidades para evitar o carregamento dos aparelhos e outros, mas ainda assim não é suficiente.

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Mais de 60 celulares foram apreendidos nas celas da PCE na semana passada

Mais de 60 celulares foram apreendidos nas celas da PCE na semana passada

Perri defendeu que a fiscalização na entrada do sistema prisional deve ser mais rigorosa e todos devem ser vistoriados. “Eu defendo que juiz, promotor e até o governador passem por scanner. Todos devem ser vistoriados na entrada dos nossos presídios”, salienta.

Presidente do Sindspen critica declaração

Amaury Neves, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindspen), criticou as falas do desembargador Orlando Perri, e disse que o magistrado foi “infeliz” em sua declaração. Além disso, defendeu os profissionais do sistema prisional que atuam na unidade.

“Admitir as falhas do sistema penitenciário, sem fazer ressalvas de que aqui existem pessoas honestas, pessoas que combatem o crime como vimos hoje na revista, tirando 70 celulares lá de dentro”, declarou Amauri.

O presidente do Sindsppen ainda ressaltou que joio e trigo existem em todos os lugares. “Seja aqui no sistema penitenciário, na polícia penal de Mato Grosso, como aí no Judiciário, ou em qualquer outra profissão”, completa.

FONTE: RDNEWS

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