O ex-deputado federal Neri Geller expôs, nesta quarta-feira (30), que ainda guarda mágoas do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), devido a sua demissão do Mapa diante da anulação do leilão para a compra de arroz, no mês de junho deste ano. Neri ocupava o cargo de secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, mas foi desligado do cargo sob suspeita de conflito de interesses no processo de compra.
Questionado sobre a relação com Fávaro, o ex-aliado foi direto, afirmando que não conversa e nem tem interesse de manter diálogo com o ministro mato-grossense: “Nunca mais. Depois que sai do Ministério da Agricultura, nunca mais falei com o Fávaro. Não faço nem questão de falar com ele”.
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O leilão seria realizado visando conter eventual alta de preços ou desabastecimento, devido ao desastre que assolou e isolou o Rio Grande do Sul – maior produtor brasileiro de arroz. O Governo Federal promoveu a compra de 263 mil toneladas de arroz em leilão promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Porém, durante o processo, foram constatadas irregularidades. Por exemplo, a Foco Corretora de Grãos, uma das principais corretoras do leilão, arrematou 9 dos 15 lotes comercializados. Entretanto, a empresa é de domínio do empresário Robson Almeida de França, que foi assessor parlamentar de Neri Geller na Câmara dos Deputados e é sócio de Marcello Geller, filho do ex-secretário.
Neri chegou a se manifestar logo após a exoneração, afirmando que não seria usado como “bode expiatório”. Na época, ele confirmou a ligação entre Robson e seu filho, salientando que ela havia sido selada há 4 anos, ou seja, sem “fato novo” que colocasse a participação da empresa no leilão sob suspeita.
FONTE: RDNEWS