quinta-feira, novembro 14, 2024

Grupo em MT entra em recuperao de R$ 181 milhes; administrador ser de SP

 

O produtor rural de Água Boa (750 Km de Cuiabá) e dono do grupo Terra Fértil, Vilson de Oliveira Andriollo, ingressou com um pedido de recuperação judicial com dívidas acumuladas de R$ 186,5 milhões. Em despacho publicado na última segunda-feira (11), o juízo da 4ª Vara Cível de Rondonópolis (216 Km de Cuiabá), autorizou o início do trâmite do processo.

Nos autos, Vilson, produtor de soja, milho e gergelim e pecuária que atua com seus familiares Paula Roberta Ferreira Martins Andriollo e Tyrone da Silveira Andriollo, garante “possuir sólida viabilidade econômica” para superar o momento de crise. “A recuperação judicial não apenas representaria uma chance de reestruturação financeira, mas também um meio de garantir a sustentabilidade de suas atividades econômicas no futuro”, dizem os produtores.

Segundo os autos, aproximadamente 80% da dívida do grupo fundado em 2001 é com instituições financeiras, sobretudo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O grupo também tem dívidas com revendas e não possui débitos trabalhistas.

O Grupo Terra Fértil cultiva grãos e mantém integração lavoura-pecuária (ILP) em 3,6 mil hectares . Da área total, 3 mil hectares são próprios e 600 hectares são arrendados. O grupo possui 30 empregados diretos.

Em 2004, a organização enfrentou a primeira crise, com o impacto de problemas econômicos no Brasil. Dez anos depois, uma seca extrema que paralisou o plantio levou o grupo a enfrentar nova crise.

Em 2019, os sócios venderam fazendas em Ribeirão Cascalheira (MT) para quitar parte das dívidas. Em 2022, o grupo viu a crise financeira piorar com o aumento da taxa Selic.

Segundo a companhia, os juros de contratos de empréstimo subiram na época de 5,5% ao ano para 30,1%. Ainda tentando se equilibrar, o grupo sofreu prejuízos na safra, por causa da seca em Mato Grosso no segundo semestre de 2023.

Além da quebra de safra por causa do clima, o pai de Vilson, Olmiro Andriollo, com quem ele tinha negócios em conjunto, faleceu em 2021, e as dívidas foram assumidas pelo grupo, que pagou R$ 40 milhões em débitos do patriarca, aprofundando ainda mais a sua crise. O juiz ainda determinou que o advogado Rogério de Lellis Pinto, de São Paulo (SP), atuará como administrador judicial do grupo durante o processo de recuperação judicial.

Com o processamento dos autos, os produtores possuem 60 dias para apresentar o plano de recuperação – a proposta de pagamento das dívidas, com prazos e deságios. Durante 180 dias a organização fica “blindada” (stay period) de ações de cobranças dos débitos arrolados no processo de recuperação judicial.

Confira abaixo a lista de credores dos produtores em crise: 

Classe I, Trabalhista:

EDILANE DE MORAIS E SOUZA – R$ 5.351,48;

MARCILENE FERREIRA DE OLIVEIRA FONSECA – R$ 5.306,13;

MARILZA JESUS SANTOS – R$ 4.009,50;

ADELAR DA SILVA – R$ 7.041,53;

ALMIRO ALVES DOS SANTOS – R$ 4.058,96;

ANTONIEL MARTINS RAMOS – R$ 8.499,82;

AUREA GRANDE RIBEIRO – R$ 1.907,84;

BIA TAILENI MONTEIRO – R$ 6.500,73;

DEIVIS SAMUEL SOLORZANO RAMOS – R$ 4.187,66;

DOGRIMAR FRANCISCO DE SOUZA – R$ 6.884,31;

FABIO MARQUES PARREIRA FILHO – R$ 4.910,86;

FABIO VITOR DE LIMA CAMPOS – R$ 2.973,84;

GABRIEL ASSUNÇÃO DA SILVA – R$ 5.160,39;

JUAREZ CANDIDO RIBEIRO – R$ 2.059,01;

KENIA KARLA FERREIRA MARTINS PARREIRA – R$ 5.841,00;

LAYZA THAYLLANE LIMA BATISTA – R$ 5.627,12;

MARCOS ANTONIO BARRADAS DA SILVA LEAL – R$ 6.293,14;

MARCOS CASTRO CARDOSO – R$ 5.597,18;

MARCOS GUEDES RIBEIRO – R$ 4.635,99;

MARIA FERNANDA GRANDE RIBEIRO – R$ 2.561,65;

MARIA JULIA GRANDE RIBEIRO – R$ 3.406,25;

NALDYNE FOLVER COSTA DE MORAIS – R$ 3.646,97;

NELSO PORTELLA DE LIMA – R$ 5.628,04;

PEDRO MONTEIRO DA SILVA – R$ 3.188,38;

REGINALDO FERREIRA DOS SANTOS – R$ 9.007,09;

REILA CRISTINA CRUVINEL DE OLIVEIRA – R$ 7.099,13;

RENAN DE OLIVEIRA DUARTE – R$ 6.358,55;

VALDIVINO SANTOS SILVA – R$ 5.902,38;

VERBERLEY RODRIGUES DA SILVA – R$ 7.072,59;

WESLEY FERREIRA DE SOUSA – R$ 8.746,68.

TOTAL TRABALHISTA: R$ 166.563,33 –

Classe II, Garantia Real:

BANCO DO BRASIL – R$ 81.476.368,78;

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – R$ 41.139.629,67;

BANCO BRADESCO – R$ 2.615.071,54;

AGREX DO BRASIL LTDA – R$ 350.300,00;

AGRICOLA ALVORADA S.A. – R$ 4.723.732,28;

BANCO CNH INDUSTRIAL CAPITAL S.A. – R$ 4.956.318,79;

BANCO RABOBANK INTERNATIONAL BRASIL S/A – R$ 22.867.246,86;

CARGILL AGRICOLA S.A – R$ 654.584,00;

NG TRADE LTDA – R$ 1.817.599,20;

RURAL BRASIL LTDA – R$ 3.726.446,00;

AGRITEX COMERCIAL AGRÍCOLA LTDA – R$ 4.000.000,00;

ESTÃNCIA BAHIA LEILÕES – R$ 7.500.000,00.

TOTAL GARANTIA REAL: R$ 175.827.297,12

Classe III, Quirografários:

BANCO DO BRASIL – R$ 50.000,00;

SINOVA INOVACOES AGRICOLAS S.A – R$ 215.161,94;

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – R$ 40.000,00;

AGREX DO BRASIL LTDA – R$ 4.169.206,72;

AGRICOLA ALVORADA S.A. – R$ 528.442,00;

CARGILL AGRICOLA S.A – R$ 72.000,00;

PANTANAL AGRICOLA S.A. – R$ 45.000,00;

RURAL BRASIL LTDA – R$ 40.300,50;

SYNGENTA SEEDS LTDA – R$ 40.050,00;

FATTORIA COM. E REP.DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA – R$ 36.495,00;

TOTAL QUIROGRAFÁRIO: R$ 10.473.312,32

Classe IV, ME/

EPP: GESSO VITORIA LTDA – R$ 14.000,00;

T. CASTANHO GIMENES LTDA – R$ 8.000,00.

TOTAL ME – EPP: R$ 22.000,00 –

TOTAL GERAL: R$ 186.489.172,77

FONTE: Folha Max

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