quinta-feira, agosto 21, 2025

Pagamentos do CV a vereador eram mensais e fracionados, aponta Gaeco; veja | RDNEWS

Ao denunciar o vereador por Cuiabá, Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) detalhou que os supostos pagamentos do Comando Vermelho ao parlamentar seriam mensais, fracionados e feitos ao Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município de Cuiabá (Sindarf) – que era presidido pelo parlamentar, hoje afastado da Câmara – e a terceiros.

Como já publicado pelo portal, o juiz Jean Garcia de Freitas, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu denúncia e, na terça-feira (12), tornou o vereador réu. O teve acesso à denúncia, assinada pelo coordenador do Gaeco, promotor Adriano Roberto Alves, que pediu que o parlamentar seja condenado a ressarcir os cofres públicos e indenizar os prejuízos à sociedade.

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Paulo Henrique vereador

No documento, o Gaeco aponta que, entre janeiro de 2021 e outubro de 2024, o vereador, junto de José Márcio Ambrósio Vieira, Rodrigo Anderson de Arruda Rosa e José Maria de Assunção, que também foram denunciados, teria ocultado e dissimulado a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.

“Apurou-se no Inquérito Policial que os denunciados utilizam-se de casas noturnas para a realização de eventos musicais do estilo ‘funk’, através de um grupo de promoters autodenominado G12, o qual possui ligação direta com lideranças do Comando Vermelho, e que tais eventos são intermediados junto a vereadores e assessor da Câmara Municipal de Cuiabá”, diz trecho.

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Valores recebidos por Paulo Henrique, segundo o Gaeco

Segundo a denúncia, o vereador recebia os pagamentos de propina, de forma mensal e fracionada, pela empresa “Dallas Bar”. O valor seria encaminhado para a conta de terceiros, sendo eles: José Márcio Ambrósia Vieira e Polyana Alejandra Villalva (ex-mulher do sobrinho do vereador).

“De modo que no caso de Polyana, as transferências eram realizadas tanto pela empresa, quanto pelo vereador para sua conta bancária, indicando o pagamento de alguma obrigação entre o denunciado Paulo Henrique e Polyana”, cita o Gaeco.

Durante análise e quebra do sigilo bancário de Paulo Henrique, foram identificadas sete transações financeiras, totalizando R$ 15 mil entre a conta pessoal do parlamentar e as empresas Expresso Lava Car e o Complexo Beira Rio Eventos, pertencentes ao também investigado e integrante do Comando Vermelho, Willian Aparecido da Costa Pereira, conhecido como “William Gordão”. As empresas seriam utilizadas no esquema da lavagem de dinheiro.

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Transa�es Paulo Henrique e Expresso Lava Car

Ainda conforme o Gaeco, foram identificadas, ainda, sete transações financeiras entre a conta do Sindarf-MT, que era presidido por Paulo Henrique, e a empresa Expresso Lava Car, totalizando R$ 67.900. “Destaca-se que essas transações seguiram um padrão mensal, sendo um indício de pagamento programado do grupo a Paulo Henrique e demais fiscais integrantes do esquema”, salienta.

“Essa forma de recebimento de vantagem indevida pelo vereador Paulo Henrique, mais uma vez através de interposta pessoa, agora através do Sindarf-MT, demonstra sua intenção de omitir valores provenientes de atividades ilícitas, o que confirma a prática de lavagem de dinheiro”, acrescenta a denúncia.     

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Transa�es Paulo Henrique e Expresso Lava Car

Denúncia

O Gaeco denunciou o vereador Paulo Henrique por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Além do parlamentar, também se tornaram réus José Márcio Ambrósio Vieira, por lavagem de dinheiro e organização criminosa; José Maria Assunção e Rodrigo Anderson de Arruda Rosa por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva; e Ronnei Antônio Souza da Silva por corrupção ativa.

Paulo Henrique chegou a ser preso no dia 20 de setembro, durante a Operação Pubblicare, mas foi solto cinco dias depois. Ao determinar a soltura do vereador, o desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), destacou que o parlamentar era réu-primário e “tem condições pessoais favoráveis”. No entanto, foram impostas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

FONTE: RDNEWS

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