terça-feira, dezembro 9, 2025

Derrotado aciona CNJ para investigar udio de marido de prefeita e mudana no TRE-MT

Derrotado aciona CNJ para investigar udio de marido de prefeita

 

O policial penal e candidato derrotado a prefeito de Alto Taquari, Marco Aurélio Reis Julien Lenotti (MDB), acionou no último dia 7 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que a Corte investigue um suposto áudio em que o ex-prefeito de Alto Taquari, Lairto João Sperandio, afirma que poderia comprar votos de magistrados na Justiça Eleitoral mato-grossense. Segundo o documento, o ex-gestor afirma que poderia até mesmo ter disputado a eleição, se quisesse, caso pagasse R$ 100 mil.

Na petição, Marco Aurélio aponta que disputou a eleição contra Marilda Garofolo Sperandio (União), que se reelegeu ao cargo no pleito do último dia 6 de outubro, quando venceu o emedebista por 86 votos de diferença. A candidatura da atual prefeita, no entanto, chegou a ter seu registro indeferido, mas posteriormente liberado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT).

Em um primeiro julgamento, Corte havia entendido que o marido dela, Lairto Sperandio, foi eleito prefeito da mesma cidade em 2016 e, por isso, a candidatura dela configuraria um terceiro mandato de um mesmo grupo político ou familiar. No entanto, o entendimento do TRE-MT mudou, tendo em vista a precariedade da posse à ocasião, já que ele assumiu o cargo em 2017 e permaneceu no posto até 5 de abril daquele ano, ocasião em que teve seu registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

À ocasião, houve uma outra eleição ocorreu e outro candidato foi eleito. Em 2020 a esposa de Lairto, Marilda Garofolo Sperandio concorreu ao cargo de prefeita e venceu as eleições.

Para o TRE-MT, a posse foi anulada, ou seja, ela sequer existe, não podendo ser considerada, liberando a prefeita para a disputa. Neste pleito de 2024 ela, então, buscava sua reeleição e venceu a corrida eleitoral contra Marco Aurelio, obtendo 3.201 votos, contra 3.115 de seu adversário.

Na petição junto ao CNJ, Marco Aurélio aponta que a sessão que liberou a candidatura de Marilda Garofolo Sperandio foi realizada no dia da eleição, às 7h, sem intimação da Procuradoria Eleitoral e de sua defesa. Em relação ao primeiro julgamento, que indeferiu o registro de candidatura, dois magistrados mudaram seus votos: o juiz Eustáquio Inácio de Noronha Neto e a desembargadora e presidente do TRE-MT, Maria Aparecida Ribeiro.

Marco Aurélio apontou que, um dia antes, o ex-prefeito Lairto Sperandio, que atuou como coordenador de campanha da esposa, gravou um vídeo em suas redes sociais, afirmando que Marilda era sim, candidata, citando ainda um áudio gravado pelo advogado do casal. O emedebista disse que a postura influenciou no resultado das eleições e informou ao CNJ sobre um áudio, onde o marido da gestora fala sobre “comprar votos” de magistrados.

“Se eu por R$ 100 mil no bolso, vou em Cuiabá e viro candidato. O Brasil está desse jeito. Já me fizeram isso, me ligaram três vezes e me deram três anos. Pago esse valor pra reverter, entro lá com a rescisória e saio candidato. Quando chega na frente, o juiz combina com o desembargador, que fala com ‘não sei quem’, acham outra coisinha e falam assim ‘opa, mais trezentos’. É assim que funciona o Brasil, certo. Aí pega um doido igual o Santeiro, 800 para impugnar ele, um milhão. O mundo é desse jeito. Não estou mentindo uma vírgula. Eu sai porque a Justiça me tirou por filiação partidária. Aí eu dou R$ 1,2 milhão pra ficar, e você vai enchendo o ‘rab*’ daqueles vagabundos”, teria dito o ex-prefeito, no áudio.

A defesa de Marco Aurélio apontou, na petição, que “apesar das circunstâncias atípicas, como a marcação de sessão sem intimação, no dia da eleição, e mudanças de posicionamento aliadas a um ‘vídeo profético’, não está acusando ninguém e que os magistrados foram induzidos a erro pelos advogados do casal Sperandio”. “Queremos acreditar que os votos favoráveis à candidata impugnada ocorreram em razão da clara litigância de má fé do advogado que recortou trechos de outras decisões que não são relativas ao mesmo caso e omitindo trechos essenciais, induziu os magistrados ao erro, como restou muito bem demonstrado pelo pela Procuradoria Regional Eleitoral em seus Embargos de Declaração com Efeitos Modificativos que restaram acolhidos. O advogado citou trecho de um voto vencido como se fosse a decisão do respectivo colegiado. Todavia, em razão do áudio encontrado pelo representante no qual o Sr. Lairto descreve como comprar autoridades do Judiciário, e em razão de toda a atipicidade que reveste o caso, com um vídeo “profético” um dia antes da eleição, faz-se necessário a abertura de investigação por esse órgão Corregedor”, diz a petição divulgada pelo site VG Notícias.

FONTE: Folha Max

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