A secretária-adjunta de Unidades Especializadas da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira (06). Caroline foi um dos alvos da Operação Panaceia, deflagrada hoje pela Polícia Federal, que apura suspeita de envolvimento em fraudes em licitação, associação criminosa e desvio de verbas públicas em cerca de R$ 55 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Regional de Cáceres (a 225 km de Cuiabá). A adjunta foi alvo de mandado de busca e apreensão, em Cuiabá.
O ato de exoneração foi publicado em Edição Extra do Diário Oficial do Estado. De acordo com o Governo do Estado, “Caroline se dedicará integralmente à sua defesa jurídica, para elucidação dos fatos”.
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Segundo as investigações, as fraudes tiveram início durante a pandemia de Covid-19, quando servidores públicos e agentes privados se associaram para direcionar recursos da saúde a um grupo fechado de empresas, cujos sócios possuem ligações entre si, prejudicando a participação de outros interessados.
Antes mesmo da assinatura dos contratos, a Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) emitiu parecer alertando as irregularidades aos servidores públicos envolvidos, mas as contratações prosseguiram normalmente.
Conforme a PF, a soma dos recursos federais destinados às empresas do grupo empresarial envolvido nas apurações totalizou cerca de R$ 55 milhões até agosto de 2024, com maior concentração no período de pandemia.
Além do mandado de busca da PF contra Caroline Campos nesta sexta, a reportagem confirmou que Onair Nogueira, diretor do Hospital Regional de Cáceres, foi preso por agentes federais durante a operação.
Alvo da Polícia Civil
Caroline Campos já havia sido investigada no âmbito da Operação Espelho, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), por supostos crimes de formação de organização criminosa e peculato. No entanto, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, rejeitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPE) por entender que não houve comprovação de envolvimento dela no suposto esquema.
FONTE: RDNEWS