O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) disse que caso o grupo do governador Mauro Mendes (UB) se divida nas eleições de 2026, o senador Jayme Campos (UB) seria um bom nome do ‘centrão’ para se unir com a esquerda no próximo pleito. O cacique, por sua vez, retribuiu dizendo estar aberto ao diálogo, sem adentrar questões ideológicas.
Na avaliação do petista, o arco de alianças do governador Mauro Mendes está ‘muito inchado’ com várias lideranças políticas que querem disputar a majoritária em 2026, como por exemplo a deputada Janaína Riva (MDB) que almeja o Senado, assim como o próprio Mendes. Além disso, o vice-governador, Otaviano Pivetta (Republicanos), já declarou que pretende diputar o Palácio Paiaguás, mas tem Jayme Campos querendo reassumir o comando estadual.
Há, ainda, o senador Wellingotn Fagundes, que apesar de ser do PL, disse que gostaria de ser candidato com o apoio do atual governador. Ele também é sogro de Janaína Riva, o que torna a composição ainda mais ‘embolada’ para daqui dois anos.
“Há uma parcela da direita, que hoje está em torno do atual governo que eu não consigo visualizá-la coesa em 2026 no União Brasil que tem problemas internos, o desenho da chapa para 2026 no arco do governo hoje é díficil, tem muita gente para poucas vagas. O governador fez uma aproximação com a extrema direita e eu acredito que esse campo vai se dividir”, analisou o parlamentar, que acabou de disputar a Prefeitura de Cuiabá, mas foi derrotado no segundo turno pelo bolsonarista Abilio Brunini (PL).
Caso a previsão do legislador se confirme, o PT e seus aliados estariam de ‘braços abertos’ para recepcionar Jayme Campos. “Nisso podemos atrair uma parcela dele para essa aliança com a centro esquerda que tem o PSD e pode ter outras lideranças políticas. Jayme Campos, por exemplo, é uma liderança que pode vir para esse campo novo. Jayme pode ser candidato de um arco mais amplo trazendo o centro”, afirmou.
Ao comentar sobre a declaração do petista, o senador Jayme Campos foi só elogios. “Para mim, foi surpresa, partindo do deputado Lúdio, que é histórico do PT, eu o respeito até pela sua trajetória política, tem feito um belo trabalho como parlamentar. Esse é um assunto que nunca tratei com ele, mas fiquei feliz com a possibilidade dele me apoiar. E qualquer apoio será bem-vindo, sobretudo, desse médico profissional competente”, destacou.
Apesar da surpresa, o congressista declarou estar aberto ao diálogo e construção. “Eu não sou nem de esquerda e nem de direita. Eu sou de centro. Sou aquilo que é bom para o povo. Esse negócio de esquerda ou direita, isso está fora de moda. Está chegando ao esgarçamento, criando um clima não favorável ao estado democrático de direita”, enfatizou
FONTE: Folha Max
