Em posse, José Zuquim defende independência do Judiciário, promete gestão transparente e se emociona | RDNEWS

O novo presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador José Zuquim Nogueira, se emocionou ao tomar posse do cargo na tarde desta quinta-feira (19), em Cuiabá. Ele permanecerá à frente da instituição pelo biênio 2025-2026. Em seu discurso, que durou pouco mais de 20 minutos, o magistrado também reafirmou o compromisso com a independência do Judiciário para, dessa forma, garantir a cooperação sadia entre os poderes.

“Em tempos de incerteza, é fundamental reafirmar o compromisso inabalável desse Tribunal com a independência do Poder Judiciário. A independência, porém, não nos isenta do dever de dialogar com os demais poderes. A cooperação entre Judiciário, Executivo e Legislativo é, sobretudo, contribuir na formulação de políticas públicas”, destacou Zuquim.

Zuquim assume como presidente do Poder Judiciário no lugar da desembargadora Clarice Claudino, tendo como vice-presidente a desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho. No cargo de corregedor-geral da Justiça foi empossado o desembargador José Luiz Leite Lindote.

Entre os destaques de sua fala, o novo presidente deixou claro que a nova administração zelará pela autonomia dos juízes de primeiro grau, que sustentam o Poder Judiciário. “É um pilar essencial do Estado Democrático de Direito, e assim será indubitavelmente defendida com firmeza por nossa administração”, afirmou.

Zuquim é natural de Guaíra (SP) e graduou-se em Direito na FIUBE – Faculdades Integradas de Uberaba, atual Universidade de Uberaba (MG). Há 39 anos em Mato Grosso, o novo presidente do TJ lembrou as ações desenvolvidas pela gestão Clarice Claudino e prometeu dar sequência na valorização dos servidor, salientando que confia em um Judiciário humanizado e voltado para a transformação social.

“O humanismo será o norte de cada ação, de cada decisão e de cada inovação que colocarmos em prática. Esse olhar humanizado deve permear não apenas a forma como tratamos todos os juridicionados, mas também a maneira como cuidamos de nossos servidores e magistrados, que são o coração pulsante da nossa instituição”, enfatizou o presidente.

“Comprometo-me a ser um líder presente, que acompanha de perto as demandas e desafios enfrentados por cada comarca e setor do Judiciário”

José Zuquim Nogueira, novo presidente do TJMT

O magistrado ainda ressaltou sobre o uso da ⁠tecnologia para tornar o serviço mais acessível, ponderando, no entanto, que os serviços presenciais serão mantidos para atender às pessoas que não tem habilidade com o sistema digital, defendendo a necessidade de que a Justiça seja acessível para todos, independente da localização ou recurso financeiros. 

Zuquim ainda se comprometeu a fazer uma gestão transparente e humanizada, destacando estar ciente dos percalços a serem enfrentados durante os próximos dois anos de gestão. 

“A missão que assumirei, ao lado de meus pares, é desafiadora, mas não estamos sozinhos. Contamos com a dedicação e o talento de cada servidor, magistrado e colaborador que compõem essa instituição. Sei que, juntos, seremos capazes de construir um Judiciário mais moderno, eficiente e humano, à altura das expectativas da sociedade. […] Comprometo-me a ser um líder presente, que acompanha de perto as demandas e desafios enfrentados por cada comarca e setor do Judiciário”, afirmou.

Ao agradecer seus pais, já falecidos, Zuquim se emocionou e foi acolhido com uma salva de palmas no plenário. Além dos genitores, o presidente agradeceu sua esposa, seus três filhos e os netos, emocionando-se novamente.

“À minha família, na pessoa da minha esposa, Janete, que me proporcionou três filhos maravilhosos e uma companhia leal e fiel ao longo da vida, sempre demonstrando paciência e sabedoria na condução de nossa casa, sustentada pelo amor. Minha cúmplice e também conselheira ao longo de nossas décadas inesquecíveis. A você, meu amor, muito obrigado”, declarou.

Em suma, o novo presidente afirmou que se dispõe a lutar pela diversidade e inclusão dentro do Judiciário, assim como reconhece a responsabilidade que o poder carrega para garantir transformações sociais.

“Queremos ser agentes ativos na construção de um diálogo republicano, contribuindo com a nossa expertise em política, para a elaboração de iniciativas que promulguem o bem-estar social [….] A Justiça não pode ser vista apenas como um meio de resolver conflitos. Ela deve ser uma força de transformação social”, pontuou.