Rodinei Crescêncio/Rdnews
A chegada de 2025 marca um momento crucial para as empresas que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e desafiador. Impulsionadas por avanços tecnológicos, mudanças regulatórias e a consolidação das práticas ESG (ambientais, sociais e de governança), as organizações enfrentam a necessidade urgente de repensar e fortalecer seus programas de governança e compliance.
As práticas ESG passaram de tendência a requisito indispensável para a competitividade empresarial. Segundo um estudo da PwC, 83% dos investidores acreditam que empresas que adotam ESG são mais resilientes a crises. A integração dessas práticas nos programas de compliance não é apenas uma questão ética, mas estratégica. Governança, enquanto pilar do ESG, atua como o eixo que conecta o compromisso ambiental e social às operações empresariais. Para 2025, espera-se que empresas com programas de ESG bem estabelecidos continuem a atrair mais investidores e ampliar seu valor de mercado.
A inteligência artificial (IA) emerge como uma ferramenta poderosa para transformar a governança e o compliance. Sistemas baseados em IA estão sendo usados para monitorar riscos em tempo real, identificar padrões de comportamento que podem indicar não conformidade e automatizar processos regulatórios. A revista Forbes revelou que, de acordo com uma pesquisa do Gartner, com mais de 1.800 líderes, 55% das organizações possuem um Conselho de Inteligência Artificial (IA). O estudo também indica que 54% das empresas têm um responsável por essa tecnologia ou um líder de IA para orquestrar as atividades. Essa transformação digital não apenas melhora a eficiência operacional, mas também oferece maior precisão e transparência, fortalecendo a confiança dos stakeholders.
“Governança e compliance não se limitam a estruturas e sistemas. São também uma questão de cultura organizacional”
Bruno Oliveira Castro
O ambiente regulatório nunca foi tão complexo e exigente. A todo tempo surgem novas normas relacionadas à governança corporativa e o ritmo de mudanças não dá sinais de desaceleração. Empresas precisam não apenas garantir conformidade com essas regulações, mas também acompanhar as diferenças regionais. Esse desafio é particularmente significativo para empresas familiares, que muitas vezes carecem de estruturas robustas de governança. Aqui, a implementação de acordos de sócios e estruturas como holdings familiares podem ser crucial para mitigar riscos e assegurar conformidade.
Governança e compliance não se limitam a estruturas e sistemas. São também uma questão de cultura organizacional. A mudança cultural dentro das empresas, especialmente as familiares, é fundamental para que os princípios de ESG, governança e conformidade sejam realmente integrados às práticas diárias. A governança é mais do que um conjunto de regras: é uma ferramenta para alinhar valores familiares ao propósito empresarial, garantindo longevidade e relevância no mercado.
Para 2025, o mercado exige mais do que conformidade. Exige transparência, responsabilidade e um compromisso claro com a criação de valor para todas as partes interessadas. Empresas que colocam a governança no centro de suas estratégias não apenas mitigam riscos, mas também criam uma base sólida para inovação, crescimento sustentável e fortalecimento de sua reputação.
A pergunta que se coloca às organizações neste momento não é apenas como sobreviver às mudanças, mas como utilizá-las para gerar valor duradouro. O propósito, como sempre, é o guia. Ele conecta o presente ao futuro, garantindo que as empresas não sejam apenas competitivas, mas também transformadoras. Governança e compliance, quando alinhados a esse propósito, são os instrumentos que permitirão que as empresas enfrentem os desafios de 2025 com confiança e sucesso.
Bruno Oliveira Castro é advogado especializado em Direito Empresarial e sócio da Oliveira Castro Advocacia. Sua expertise abrange constituição de holdings familiares, Direito Empresarial, Societário, Falência e Recuperação de Empresas, Governança Corporativa, Direito Autoral e Planejamento Tributário. Atua como administrador judicial, professor, palestrante e parecerista, além de ser autor de livros e artigos jurídicos. Em 2024, lançou o livro “Herança ou Legado? O que você deixará para a próxima geração?”
FONTE: RDNEWS