quarta-feira, janeiro 22, 2025

Governador veta “mercadinhos” em unidades prisionais de Mato Grosso | RDNEWS

O  governador Mauro Mendes (União Brasil) vetou  o Artigo 19 da Lei 12.7922025, que autorizava o  funcionamento  de cantinas ou “mercadinhos” no sistema prisional de Mato Grosso. O veto foi recomendado pela  Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), sob comando do delegado  Vitor Hugo Bruzulato Teixeira. A decisão  foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta terça-feira (21).

No veto, Mauro Mendes argumenta que o  Artigo 19,  que permitiria a comercialização de produtos nas unidades prisionais, está em  conflito com a Lei de Execução Penal. A legislação federal  só autoriza essa prática quando a administração pública não consegue suprir as necessidades básicas dos detentos.

Reprodução

Além disso,  governador destaca que as cantinas  acarretam  riscos à ressocialização e à segurança nas unidades prisionais. Neste sentido, pontua  a medida poderia criar desigualdades econômicas entre os reeducandos.

Conforme Mauro Mendes, os  mercadinhos e cantinas têm sido historicamente usados por facções criminosas como instrumentos de controle interno. A situação, de acordo com o veto, ameaça   à ordem e segurança dentro das penitenciárias mato-grossenses.  

O  governador também  destaca posicionamento contrário do Comitê Integrado e Estratégico de Combate ao Crime Organizado (CIECCO) do Estado de Mato Grosso à regulamentação proposta. O grupo foi criado para acompanhar a execução das ações do programa Tolerância Zero ao Crime Organizado.

mercadinho presidio

 Aprovada em segunda votação pelos deputados estaduais em 08 de janeiro, a Lei previa que  as cantinas   seriam responsáveis por atender às necessidades pessoais dos detentos, oferecendo produtos e objetos permitidos, que não são fornecidos pela Administração Pública Estadual. O texto ainda determinava que  gestão   ficaria a cargo do chamado  Conselho da Comunidade,   por um representante comercial, um advogado, um defensor público e um assistente social, sob  fiscalização do Ministério Público de Mato Grosso  (MPMT).

O funcionamento das cantinas é defendido pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que acompanha o funcionamento do sistema prisional, o que é considerado “equívoco” por Mauro Mendes. Para o governador, os espaços vendem até “whisky” dentro das unidades prisionais.

Agora, o veto é encaminhado para análise da ALMT. Os deputados estaduais podem derrubá-lo ou decidir pela manutenção.

FONTE: RDNEWS

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