O deputado estadual Valdir Barranco (PT) enviou ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade, e ao procurador-chefe do Ministério da Saúde, Ricardo Pael Ardenghi, pedindo a adoção de medidas emergenciais para mitigar a decisão do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), que suspendeu a realização de consultas por agendamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O documento é desta quarta-feira (29).
Thaís Fávaro
A portaria foi assinada pela secretária municipal de Saúde de Cuiabá, Lúcia Helena Barboza Sampaio, determinando o atendimento espontâneo em Clínicas de Família (CF), Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Saúde da Família (USF) e entre outras, sem a necessidade de agendamento, visando “aumentar a resolutividade da atenção primária, para que os pacientes não precisem procurar as UPAs por qualquer motivo que não seja necessário”.
Contudo, a decisão é alvo de críticas do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e Sindicato dos Médicos (Sindimed), sob a justificativa de que Abilio estaria atribuindo o caos da saúde da Capital exclusivamente aos médicos, além de que as UBSs não teriam capacidade estrutural para realizar atendimentos que são destinados às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Desta forma, Barranco endereçou pedido de ajuda à Nísia e ao procurador: “A suspensão dos agendamentos prejudica diretamente os pacientes crônicos que realizam acompanhamentos nas Unidades de Saúde, além de provocar sobrecarga nos postos”.
“As UBSs são mais indicadas para o tratamento de problemas crônicos e prevenção de doenças, enquanto as UPAs, são preparadas para casos mais graves que precisam de uma resposta rápida. O enfraquecimento desse sistema compromete gravemente a estruturação e a qualidade dos serviços oferecidos à população, impactando diretamente na gestão e o finaciamento da saúde no município”, emendou.
Por fim, citou que os “fartos” recursos transferidos pelo Ministério da Saúde para o município deveriam ser utilizados de forma transparente e eficiente para fortalecer a atenção básica, os serviços de média e alta complexidade e garantir o funcionamento adequado das unidades de saúde.
FONTE: RDNEWS