Cuiabá é a primeira capital com uma Mesa Diretora 100% feminina

08/03/2025

Lugar de mulher também é dentro do Plenário: Cuiabá é a primeira capital com uma Mesa Diretora 100% feminina

SECOM – Câmara Municipal de Cuiabá

O início de 2025 trouxe um ar de mudança para Cuiabá: pela primeira vez na história da cidade, e de uma capital brasileira, a Câmara de Vereadores elegeu uma Mesa Diretora formada apenas por mulheres. E não só isso: seis novas vereadoras juntaram-se a Maysa Leão (Republicanos) e Michelly Alencar, que garantiram a reeleição.&nbsp

O número oito representa a vitória, o poder, a determinação e a ambição. Para a Câmara de Cuiabá, esse mesmo número agora também tem um significado muito especial. E mesmo os que não são ligados a teorias de numerologia podem concordar: a expectativa de que essa gestão feminina seja duradoura e forte, tal qual o significado do número oito que as representa, é muito alta.

Nada disso seria possível, no entanto, sem a luta das que vieram antes delas. Sejam aquelas que protestaram nos comícios pela conquista do direito ao voto, as vereadoras anteriormente eleitas, ou, especialmente, a única mulher antes de Paula Calil (PL) a sentar na cadeira de presidente desta Casa, Ana Maria do Couto. A luta de muitas faz a conquista de todas que, hoje, alcançam locais onde podem dar vez e voz à população cuiabana.

Foi tocando no ponto da representatividade que a presidente da Casa, Paula Calil, iniciou sua reflexão sobre esse momento tão importante que vive a Câmara de Cuiabá.

“A presença das mulheres em posições de destaque na sociedade é um direito conquistado com muita luta e que deve ser reafirmado todos os dias. Sejam elas em cargos relativos aos setores públicos ou privados, como é o caso da atual Mesa Diretora, composta exclusivamente por mulheres, um feito histórico a nível nacional”, afirmou.

A segunda-secretária da Câmara, Dra. Mara (Podemos), reforça como se sente orgulhosa de poder ocupar uma cadeira no parlamento. Mas não deixa de pontuar a ausência de um número maior de mulheres em cargos públicos, mesmo com a necessidade da presença feminina para debates essenciais.&nbsp

“A gente já sabe que não tem como falar em políticas públicas sem a presença da mulher, mas ainda falta muito. Essa situação de nós termos eleitas oito mulheres na Câmara Municipal de Cuiabá é um grande avanço para todos nós matogrossenses e também para todo o Brasil. Eu me sinto uma privilegiada, sempre falo isso, né, em ser uma dessas, desse exemplo para todo o Brasil. Eu tenho certeza de que isso vai fazer com que nós tenhamos aí muito mais mulheres entrando na política e sendo referência para outras mulheres”, acredita.

Para Maysa Leão, vice-presidente da Mesa, o Poder Legislativo precisa ser justamente um reflexo da sociedade, e contar com a presença de cada vez mais mulheres.&nbsp

“Quando se fala em Parlamento, ele só faz sentido se nós tivermos representatividade.Os parlamentos, principalmente os municipais, porque é onde a vida acontece nas cidades, precisam ter a cara da cidade, e Cuiabá é uma cidade composta por 52% de mulheres! Não faz o menor sentido um parlamento hegemônico de homens, como o da 19ª Legislatura, que não tinha nenhuma mulher! Depois, na 20ª, quando entrei, tivemos três mulheres em um período, depois somente duas, e agora temos oito”, refletiu a vereadora.

Michelly Alencar, segunda vice-presidente, reforça a importância histórica desta gestão de mulheres como referencial para esta e para gerações futuras.

“Termos hoje uma Mesa Diretora feminina, 100% feminina, a única do Brasil. Termos um número de mulheres bem mais expressivo que os anos anteriores na Câmara Municipal de Cuiabá é um reflexo de que nossa sociedade está evoluindo em sua forma crítica de enxergar a política e de entender que a política é feita por pessoas, mas principalmente para as pessoas. Por isso, estamos sempre prontas para nos posicionarmos e lutarmos para que cada vez mais vozes femininas sejam ouvidas e ecoadas no meio político”, defende.

Ao falar sobre a sensação de representar um local tão importante no Parlamento, Katiuscia Manteli (PSB), primeira-secretária da Casa, prefere usar um termo conhecido para descrever o momento atual do legislativo cuiabano: protagonismo. E deseja que essa jornada se perpetue.

“Pela primeira vez, a Mesa Diretora da Câmara é composta exclusivamente por mulheres. Uma conquista que se destaca não apenas na cidade, mas em todo o Brasil, tornando-se um exemplo de força, representatividade e da crescente presença feminina na política. Este é um reflexo do poder transformador das mulheres que, com sua dedicação e talento, estão conquistando cada vez mais espaços de liderança e protagonismo em nossa sociedade”, afirma.

O mesmo pensa a vereadora Maria Avalone (PSDB), que, apesar de afirmar sua felicidade com o cenário, lembra que a luta ainda é grande.

“Estamos vivendo um momento histórico na política cuiabana! Pela primeira vez, temos um número recorde de oito vereadoras eleitas e uma Mesa Diretora composta exclusivamente por mulheres. É um passo gigantesco para a representatividade feminina na política. Mas ainda há um longo caminho a percorrer”, acredita Maria.&nbsp

Outro ponto levantado pelas parlamentares é o olhar diferenciado das mulheres para pautas que, muitas vezes, ao tratar do macro da sociedade, acabam ficando pelo caminho.&nbsp

“Se temos 52% de mulheres na sociedade, ter um parlamento com 52% de cadeiras ocupadas por mulheres seria um retrato mais fiel. E qual a diferença? A diferença é que você terá debates muito mais profundos com visões muito diferentes. A mulher tem um olhar para a infância, para a educação infantil, para a gestação, para o pré-natal!A gente teria um atendimento de saúde materno-infantil muito mais detalhado, muito mais rico em projetos, programas e informações”, afirma Maysa Leão.

Maria Avalone analisa que o olhar feminino possibilita enxergar novas realidades.

“Ter mulheres na política significa trazer novas perspectivas, novas soluções e mais sensibilidade para lidar com questões fundamentais, como segurança, saúde, educação e assistência social.

Afinal, são as mulheres que estão na linha de frente dessas realidades, sentindo diariamente os desafios enfrentados por suas famílias e comunidades. E, como sempre digo: quando cuidamos de uma mulher, estamos cuidando de uma família inteira”, pontua.

Michelly Alencar frisa: “Ter mulheres na política, nos espaços de poder, nos cargos de liderança é um sinal de que a nossa sociedade está evoluindo. É um sinal de que nós entendemos a importância de democratizarmos, de fato, as decisões que são tomadas e impactam diretamente a nossa população. A mulher enxerga a saúde, a educação, a assistência social com uma ótica muito mais humanizada”.

Nesta mesma linha, Samantha Iris (PL), vereadora mais votada da história de Cuiabá, reforça que o olhar sensível das mulheres vem para contribuir e pensar em conjunto com os parlamentares, para assim a&nbsp&nbsp&nbspPrecisamosstruir um futuro melhor.

“O que eu vejo hoje é que a Câmara Municipal de Cuiabá tem uma possibilidade de ter um olhar diferenciado para as políticas que envolvem as mulheres. aproveitar este momento que estamos vivendo e poder fazer essa diferença na política. Não porque os homens não tenham capacidade, mas porque, juntos, conseguimos fazer um trabalho ainda maior.”

Elas reconhecem também que nem tudo são flores. Maysa faz uma reflexão sobre uma questão pungente na sociedade brasileira: o enfrentamento à violência contra a mulher, que, no estado em que as oito vivem, trabalham e representam, tem números preocupantes.

“Mato Grosso é um dos estados mais violentos do Brasil, que é o quinto país mais violento do mundo. Temos um índice de violência muito alto, de feminicídios pior ainda. Precisamos desse olhar para o fortalecimento da rede! Não adianta ter uma Secretaria da Mulher que tenha todo o orçamento comprometido com folha de pagamento. Precisamos de projetos, precisamos ir às escolas, fazer a prevenção dentro das escolas, fazer o acolhimento das mulheres que têm coragem de denunciar. Fazer o encaminhamento dessas mulheres e crianças para que tenham uma vida digna, para que possam entrar no mercado de trabalho e ter independência”, afirma a republicana.

No entanto, é reconhecendo a difícil realidade que escolhem, diariamente, não abaixar a cabeça, como frisa a vereadora Baixinha Giraldelli (Solidariedade).&nbsp

“O recado que dou para as mulheres é: lutem! Não se rebaixem para ninguém, porque vocês são importantes, vocês têm valor! Não deixem ninguém subir em cima de vocês, nem humilhá-las. Porque nós, mulheres, somos fortes, guerreiras.””Mostrem a sua garra”, finalizou.&nbsp

O número oito não vem à toa, mas também não carrega em si mística alguma. Não se faz política com mágica, mas com colaboração mútua, detalhe que é denominador comum na fala de todas as vereadoras. Que, sendo a primeira capital a ter uma Mesa Diretora 100% feminina no Brasil, Cuiabá seja também exemplo e não exceção à regra.

Fonte: Câmara de Cuiabá – MT

FONTE: matogrossonews

Redação

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