A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia centro), investiga uma ocorrência de lesão corporal, registrada na madrugada de domingo (9/3), no Vitorino Bar, na QNN 23 de Ceilândia.
Conforme informações prestadas à polícia, a confusão teria se iniciado após uma cliente, identificada como mulher trans, tentar usar o banheiro feminino do local. A equipe de segurança teria impedido o acesso, o que deu início a um desentendimento.
Relatos indicam que a cliente, supostamente, também teria proferido ofensas e ameaças contra a equipe do estabelecimento.
Após o início da confusão, segundo a PCDF, ocorreu agressões mútuas. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) e encaminhada ao hospital.
A PCDF reforça que as apurações estão em curso e que outras informações poderão ser divulgadas à medida em que o caso avance, respeitando os limites legais da investigação.
Posicionamento do bar
Por meio de nota, o advogado do Vitorino Bar, Samuel Souza, afirmou que o caso tem sido “indevidamente interpretado como um ato de transfobia”.
“Na referida noite, a cliente em questão permaneceu no estabelecimento desde o início do evento, usufruindo normalmente de todas as dependências do bar, incluindo os banheiros, sem qualquer tipo de questionamento ou restrição. Portanto, causa estranheza a narrativa de que teria sido impedida de utilizar o banheiro somente no final da noite”, informou a defesa no texto.
Ainda segundo o documento, a cliente teria se envolvido em uma “discussão acalorada” com outra pessoa na área VIP do bar e aparentou estar “transtornada, com comportamento agressivo, pupilas dilatadas e salivação excessiva, características que sugerem um possível estado de alteração”.
“A cliente quebrou duas caixas de som e, em seguida, começou a discutir de forma exaltada com as próprias pessoas que haviam lhe convidado para a área VIP. Diante do risco iminente de maiores danos à integridade da própria cliente, de outros frequentadores e do patrimônio do estabelecimento, a equipe de segurança interveio com técnicas adequadas de imobilização, com o único objetivo de conter a situação até que a cliente recobrasse a calma”, acrescentou.
O advogado alegou que, em momento algum, houve agressão gratuita, tampouco conduta discriminatória por parte dos seguranças. “Pelo contrário, diante do estado visivelmente alterado da cliente, o Vitorino Bar acionou o Corpo de Bombeiros para que ela pudesse ser encaminhada em segurança e receber o suporte necessário”, ressaltou.
“O Vitorino Bar repudia qualquer tentativa de associar esse episódio a um ato de transfobia. Nosso estabelecimento tem um histórico consolidado de respeito à comunidade LGBTQIA+, contando inclusive com funcionários e colaboradores que fazem parte dessa comunidade e sempre encontraram um ambiente acolhedor e inclusivo”, completou a defesa.
FONTE: Folha Max