Em 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 2 de abril como a data para a conscientização mundial sobre o autismo, que tem o objetivo de levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito contra os indivíduos que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Pessoas com TEA, a depender do nível de suporte, podem apresentar dificuldades de socialização e de adaptação à mudanças e isso somado ao preconceito e falta de informação, pode dificultar a inclusão dessas pessoas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que o Brasil tenha mais de 2 milhões de pessoas com TEA, o que corresponde a 1% do total da população brasileira.
O MT Saúde entrevistou a psicóloga credenciada, Kelly Constantino, que falou sobre as características do TEA, diagnóstico e acompanhamento terapêutico.
MT Saúde – O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
Psicol. Kelly Constantino – De acordo com o Ministério da Saúde, o TEA é um distúrbio que tem como principal característica a alteração das funções do neurodesenvolvimento de uma pessoa. Esse distúrbio acaba interferindo nas ações de comunicação, linguagem, no comportamento e na interação social. Entre as principais características estão: ausência de contato com pessoas; consegue falar, mas não usa como princípio de comunicação; hiperfoco para objetos específicos; não estabelece contato visual com pessoas e ambientes; movimentos repetitivos; e restrição de interesses.
Dentro do autismo existem graus que podem ser leves e totalmente independentes, com características quase imperceptíveis ou níveis avançados que torna a pessoa totalmente dependente de suporte a vida toda.
MT Saúde – Como é feito o diagnóstico?
Psicol. Kelly Constantino – Na maioria das vezes as suspeitas são identificadas nas consultas e acompanhamentos médicos durante a infância. Por ser um diagnóstico clínico, é realizada uma pesquisa a partir das observações do desenvolvimento da criança e entrevistas com os pais.
MT Saúde – Como é o tratamento?
Psicol. Kelly Constantino – O tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar com terapias comportamentais, medicações, adaptações de ambientes e suporte social.
MT Saúde – Qual a importância da conscientização?
Psicol. Kelly Constantino – É importante dizer que não é a pessoa com autismo que tem que sair do universo dela para entrar no nosso, mas nós que precisamos saber lidar com o universo da deficiência. A conscientização é importante porque além de passar conhecimento sobre o autismo, ela fomenta a inclusão e a aceitação dessas pessoas na sociedade, além de combater o preconceito.
FONTE: matogrossosaude