O corregedor-geral do município de Cuiabá, Carlos Eduardo Lopes, determinou a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o ex-vereador Paulo Henrique Figueiredo (MDB), acusado de suspeita de receber propina, obter vantagem indevida e ferir princípios éticos durante seu exercício funcional como servidor efetivo da Secretária de Ordem Pública, ocupando o cargo de agente de fiscalização e contrato.
Tal medida ocorre depois que ele foi alvo da Polícia Federal e chegou a ser preso em setembro de 2024 nos desdobramentos da Operação Ragnatela, conduzidas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) em 2024.
“Determinar, com fundamento no artigo 160 da Lei Complementar Municipal nº 093/2003, a instauração de Processo Administrativo Disciplinar – PAD nº 017/2025, em desfavor de Paulo Henrique de Figueiredo, matrícula nº 2582876, para apuração de supostas irregularidades praticadas durante o exercício de suas obrigações laborais, em razão de possível infringência ao artigo 131, incisos I, II, III, IV, V e X; art. 132, incisos IX, XI e XX, ambos da Lei Complementar nº 093/2003, conforme denúncia encaminhada através do Ofício nº 295/2025/GAB/SORP”, diz a portaria.
Entre as suspeitas estão o recebimento de propinas e o favorecimento à facção criminosa Comando Vermelho por meio da liberação irregular de licenças para eventos em casas noturnas da capital, entre elas a entre elas o Dallas Bar e o Strike Pub. Ao todo, os investigados teriam movimentado pelo menos R$ 77 milhões com o esquema.
As investigações apontam que Figueiredo teria utilizado sua influência política para facilitar a realização de shows vinculados a uma facção criminosa, além de participar de esquemas de lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), ele também desviou recursos do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização de Cuiabá (Sindarf), entidade que presidia, para fins pessoais e em benefício de organizações ilegais. Apesar de afastado do cargo, Figueiredo continuou recebendo vencimentos públicos. Dados do Portal da Transparência da Prefeitura de Cuiabá revelam que, no último mês, ele teve um salário bruto de R$ 42 mil.
O ex-vereador foi preso em setembro, mas conseguiu liberdade dias depois, mediante monitoramento por tornozeleira eletrônica. Em fevereiro deste ano, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) revogou o monitoramento. Mesmo preso e ainda monitorado, Paulo Henrique buscou a reeleição à Câmara Municipal, obtendo 1.147 votos, ficando como suplente.
FONTE: Folha Max