sábado, maio 31, 2025

Vereador do PT defende colega cassado e atribui decisão à “casa grande” – vídeo | RDNEWS

 O vereador   Júnior Mendonça defendeu o colega da bancada do PT na Câmara de Rondonópolis, Ary Campos, que teve o mandato cassado por abuso de poder econômico e compra de votos com auxílio do Comando Vermelho. Segundo ele, a cassação é uma grande injustiça porque “quando a senzala se organiza, a casa grande balança”.  A decisão é do juiz Francisco Rogério Barros, da 10ª Zona Eleitoral e cabe recurso. Caso a cassação seja confirmada em instância superior, que assume é o suplente Wendell Girotto (PT).

Reprodução

Vereadores Ary Campos e Júnior Mendonça formam bancada do PT na Câmara de Rondonópolis

“O colega vereador  Ary Campos, assim como eu, é um advogado criminalista na cidade de Rondonópolis e não é em absoluto criminoso. E foi submetido ao sufrágio universal. Teve, a seu favor, sagrados 1.960 votos e esses votos, que representam quase 2% da população, hão de ser respeitados. Um pilar importante da democracia, que é as eleições, não pode   ser vilipendiada por um processo  eivado de nulidade, um processo que  conheço a fundo e verifico que ele merece ser melhor abordado. E creio que nesse mesmo o Estado Democrático de Direito, que afere aos jurisdicionados o duplo grau de jurisdição, há de fazer justiça e, nas instâncias vindouras, absolver o colega”, disse Júnior Mendonça, na tribuna da Câmara de Rondonópolis.

Além disso, exaltou a trajetória de Ary Campos e indicou que a cassação é retaliação por defender os diretos dos trabalhadores. Também afirmou que confia na absolvição do correligionário.

“O colega vereador Ary Campos é um vereador do Partido dos Trabalhadores, um vereador que tem compromisso na ponta, um vereador que defende o direito dos trabalhadores e dos trabalhadoras. E nós estamos acostumados, colega vereador, porque quando a senzala se organiza, a casa grande balança mesmo. E vossa excelência fique  firme no seu propósito, que nós temos certeza absoluta que as instâncias superiores irão reparar essa injustiça”, completou.

Já Ary Campos prometeu recorrer da decisão, se disse vítima de “injustiça” e afirmou acreditar na reparação. O petista, que é advogado criminalista,  também disse que está sendo “criminalizado” por conta da profissão.

 “Tentam me criminalizar por conta da minha profissão, mas nunca fui conivente com o crime, nunca me aliei ao crime, sempre defendi direitos. E aqui na Câmara Municipal sempre coloco que eu sou também uma espécie de advogado do povo, sempre trabalhando pelo povo e vou continuar assim. Aqueles que noticiaram pela manhã que eu havia sido cassado, retirado do mandato, aqui estou eu para reforçar que estarei cumprindo meu mandato até o final em respeito e em agradecimento a todos os eleitores que confiaram o seu voto à minha pessoa”, declarou Ary Campos, enfatizando que comprovara inocência no decorrer do processo.

Decisão judicial

 Em sua decisão, o magistrado concluiu que as condutas do vereador são ilícitas e altamente reprováveis “uma vez que temos um representante político que se aliou a uma organização criminosa para se eleger, o que, certamente, é inadmissível. A influência das organizações criminosas na política é totalmente negativa, uma vez que ofusca a democracia, além de gerar insegurança jurídica”, afirma o juiz.

“O apoio prestado pela organização criminosa Comando Vermelho à candidatura de Ary Campos afetou o equilíbrio entre os candidatos e maculou a normalidade da disputa eleitoral. Isso porque a coação dos integrantes do Comando Vermelho para angariar votos, a intimidação dos eleitores indicados, o uso da estrutura organizada e criminosa para obter recursos financeiros, impactaram a liberdade do voto, causando desequilíbrio na disputa eleitoral ao cargo de vereador nas eleições de 2024”, enfatizou  o magistrado.

Por causa disso, Ary da Costa Campos foi condenado por abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio. O parlamentar também foi declarado inelegível por 8 anos, contados a partir do pleito de 2024. Ele ainda foi multado em 10 mil Ufir.

Alvo de operação

Durante as eleições municipais de 2024, o vereador já tinha sido alvo da Polícia Civil. Ele foi investigado no âmbito da Operação Infiltrados, deflagrada no dia 27 de setembro, por suspeita de que a candidatura de Ary Campos era financiada pelo CV.

Na época, ele reforçou que era ficha limpa e que iria seguir a campanha a “todo o vapor”.

“Estamos na luta e muito próximo do objetivo que é a nossa vitória, o nosso mandato para 2025. A quem pergunta se eu terei algum problema para assumir, para tomar posse, afirmo com certeza para vocês que não teremos problema nenhum, pois temos a ficha limpa, somos inocentes e iremos provar a nossa inocência junto à Justiça”, disse Ary  Campos em postagem nas redes sociais na época.

FONTE: RDNEWS

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