Annie Souza/Rdnews
A ex-deputada federal Rosa Neide (PT) só será candidata à Câmara Federal se a federação formada por PT, PV e PCdoB conseguir montar uma candidatura competitiva. Caso contrário, a petista, que assumirá o comando do partido em Mato Grosso neste final de semana, pretende encarar o Senado, quando duas vagas estarão em jogo. Neste caso, faria uma dobradinha com o ministro e senador licenciado Carlos Fávaro (PSD).
Rosa não quer repetir o mesmo cenário de 2022, quando foi a campeã de votos com o apoio de 124.641 eleitores, mas não foi reeleita por causa do quociente eleitoral. Questionada se ficou traumatizada com o resultado, ela diz que não, mas reconhece que o desfecho foi uma decepção.
Durante visita ao , onde concedeu entrevista ao portal e também ao Rdtv Cast, Rosa argumenta que, atualmente como diretora administrativa, financeira e de fiscalização da Conab, fica praticamente só em Brasília e não consegue ajudar tanto Mato Grosso como quando era deputada federal. “A cadeira na Câmara dá muito mais viabilidade de você colaborar com o estado de Mato Grosso. Então isso é uma decepção”, completa.
“Agora, a gente tem que olhar direitinho em que lugar vai disputar. E isso a gente está construindo, conversando com o ministro Carlos Fávaro, conversando com os outros da base, os partidos da base. E aí a gente vai tomar decisão no início do próximo ano”, adianta.
Rosa explica que está num diálogo contante com as lideranças de seu grupo político para tentar organizar as chapas a estadual e federal da federação PT, PCdoB e PV. Menciona, por exemplo, que o casal Zé do Pátio, ex-prefeito de Rondonópolis, e Neuma Moraes, ex-candidata a deputada federal, deve migrar para o PV. Eles trariam o ex-prefeito de Cáceres, Túlio Fontes, e há também o diálogo com o federal Emanuelzinho Pinheiro (MDB), que é vice-líder de Lula na Câmara Federal. Outro nome que segue sendo ventilado é o da ex-reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder (PCdoB).
“Tem outros representantes das universidades, do Instituto Federal, que nós estamos conversando. Até o final do ano, a gente pretende ter aí nove, dez nomes que realmente compareçam para a disputa. E é daí que nós vamos ter a análise”, diz, numa referência à sua decisão.
Annie Souza/Rdnews
Jornalista Greyce Lima entrevista Rosa Neide durante o Rdtv Cast
Esquerda dividida
Nos bastidores, a informação é de que Fávaro teme que uma eventual candidatura de Rosa mine o seu projeto à reeleição porque, mesmo com duas vagas, poderia dividir os votos da esquerda. Questionada sobre isso, a ex-federal defende que estarão em jogo dois votos e que, por isso, ambos poderão somar um com o outro.
“O Fávaro é ministro, eu não creio que ele corre nenhum risco, não. Mas coloco o nome à disposição também, para que a gente possa oportunizar a nossa base de ter o segundo voto. Porque é muito ruim você ter que votar em dois projetos antagônicos. Ah, eu voto um da direita e um da esquerda. É melhor você ofertar condições para que as pessoas possam escolher, dentro do mesmo projeto”, argumenta.
FONTE: RDNEWS