A enchente repentina do rio Guadalupe, no Texas (EUA), já deixou 71 mortos e dezenas de desaparecidos desde a madrugada de sexta-feira (4/7). Autoridades do condado de Kerr, a região mais afetada, informaram que 22 corpos ainda não identificados foram encontrados neste domingo (6/7). Outras 12 pessoas, sendo 11 meninas que participavam de um acampamento de verão e uma mulher, continuam desaparecidas. Segundo órgãos estaduais e locais, o número de mortos ainda pode aumentar.
Patrick Keely/via REUTERS
“Corpos estão sendo recuperados de leste a oeste, em todos os lugares. Nunca vi algo assim”, disse o administrador municipal de Kerrville, Dalton Rice. Entre os mortos estão crianças que participavam de um acampamento de verão, casais que acampavam à beira do rio e moradores locais surpreendidos pela força da água durante a noite. Segundo a Guarda Costeira dos Estados Unidos, 230 pessoas receberam apoio durante a evacuação e foram atendidas com assistência médica.
O governador do Texas, Greg Abbott, prometeu que os socorristas não iriam parar até encontrar todas as meninas desaparecidas. “Não vamos parar até encontrar cada garota que estava naquelas cabanas”, afirmou. De acordo com o vice-governador Dan Patrick, a previsão é que o número de mortos continue aumentanto. Algumas vítimas já foram identificadas pelo jornal New York Times. Confira a lista:
Julian Ryan, 27 anos, lavador de pratos e pai de família
Julian Ryan havia terminado o turno da noite em um restaurante e dormia em seu trailer, em Ingram, quando foi surpreendido pela enchente. Ele estava com a noiva, o filho de 13 meses, o enteado de 6 anos e a mãe. Com a água subindo rapidamente, Julian tentou quebrar uma janela para que todos pudessem escapar. Acabou gravemente ferido e morreu após perder muito sangue.
“Ele morreu tentando nos salvar”, disse sua noiva, Christinia Wilson. Os demais membros da família sobreviveram.
Irmãs Blair e Brooke Harber, 13 e 11 anos (respectivamente), estudantes
As irmãs estavam hospedadas com os avós em uma cabana próxima ao rio quando a estrutura foi arrastada pela correnteza. As duas morreram. Os avós seguem desaparecidos. Blair e Brooke estudavam na St. Rita Catholic Community, em Dallas. “Vamos honrar a luz que elas compartilharam e a alegria que trouxeram”, escreveu o reverendo Joshua J. Whitfield, da paróquia da família.
Katheryn Eads, 52 anos, surpreendida pela água no veículo com o marido
Katheryn e o marido, Brian Eads, estavam em um motorhome quando foram cercados pela água. Chegaram a ser socorridos por um motorista, mas acabaram sendo levados pela enchente ao tentarem atravessar uma estrada. Brian conseguiu se segurar em uma árvore e sobreviver, mas Katheryn não resistiu.
Sarah Marsh, 8 anos, estava no Camp Mystic
Sarah era aluna da escola Cherokee Bend Elementary, em Mountain Brook, Alabama, e estava no Camp Mystic, um tradicional acampamento de verão cristão. “Esta é uma perda inimaginável para sua família e nossa comunidade”, declarou Stewart Welch, prefeito de Mountain Brook. A menina foi descrita pela avó como um “raio de luz” que viverá para sempre na memória da família.
Janie Hunt, 9 anos, neta de uma das famílias mais ricas do Texas, também estava no Camp Mystic
Janie participava pela primeira vez do Camp Mystic, junto com seis primos, dos quais todos sobreviveram. Ela era bisneta do magnata do petróleo William Herbert Hunt e a mais velha de três irmãos. Os pais foram orientados a identificar o corpo na funerária após buscarem informações na escola de encontro das famílias.
Bobby Martin, de 46 anos, e Amanda Martin, de 44, um casal de Odessa em viagem
O casal estava acampando próximo ao rio com um neto e a namorada dele, que continuam desaparecidos. O trailer onde estavam foi levado pela enchente.
“Bobby era um homem extrovertido, muito querido pelos amigos”, disse seu pai, John Keith Martin.
Jane Ragsdale, diretora de acampamento de verão
Jane era diretora e co-proprietária do acampamento Heart O’ the Hills, que fica no condado de Kerr. No momento da enchente, o local estava fechado para os campistas. Ela começou sua trajetória no acampamento ainda criança, como aluna, e assumiu a direção em 1988. “Jane era o coração do acampamento, uma líder firme e alegre”, afirmou a equipe em nota oficial.
FONTE: RDNEWS