O conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-MT) e relator das contas de Cuiabá, Waldir Teis, compreende que, diante do fim do decreto de calamidade na Capital, o prefeito Abilio Brunini (PL) deve esquecer ex-gestores, deixar de reclamar e buscar soluções para sanar os problemas financeiros que o Município enfrenta. A fala foi realizada nesta quarta-feira (9), durante prestação de contas do Município ao TCE.
Segundo a Prefeitura, entre 2017 a 2024, o valor da dívida a longo prazo saltou para R$ 1,6 bilhão, levando atualmente à perda da capacidade financeira da Prefeitura de Cuiabá em manter e expandir serviços públicos de qualidade aos cidadãos. No curto prazo, Abilio estima R$ 700 milhões em despesas que não possuem empenho, ou seja, não estariam previstas no atual orçamento do município.
Tony Ribeiro
Durante discurso, Teis sinalizou que Cuiabá, por ser a Capital, possui o ônus e o bônus, recebendo problemas e investimentos, e que agora cabe ao prefeito dar exemplo de gestão fiscal e executar um bom serviço à frente do município. Além disso, argumentou que a gestão pública é de continuidade, ou seja, os problemas herdados precisam ser absorvidos e solucionados: “O senhor terá muito trabalho para resgatar a saúde financeira”.
“O senhor não pode se queixar de nada. O problema é só seu. O passado está enterrado a partir de agora. As contas, no princípio da continuidade, o senhor é obrigado a dar conta delas. Não existe intersecção de gestão pública. Agora o problema é seu. Não tenho mais desculpa porque ‘a gestão anterior fez isso e deixou de fazer aquilo’. É uma realidade que tem que ser encarada”, manifestou.
O conselheiro defendeu ainda que fazer gestão pública não é torrar dinheiro como em festa de 15 anos ou no famoso “pão e circo”, mas atender às demandas reais da população, elencando as prioridades, quitando dívidas e recuperando a capacidade de investimentos. Na oportunidade, colocou o TCE de portas abertas. Contudo, reforçou que o controle externo não passará a mão na cabeça se encontrar falhas da gestão.
“A gente está de portas abertas para auxiliar, para orientar naquilo que for possível dentro das nossas competências, para contribuir. Só que o TCE não vai deixar de exercer o seu papel de controle externo, como é constitucionalmente estabelecido. Aquilo que estiver errado, vai estar errado. O que estiver certo, vai estar certo […] E nós contamos que as suas melhores decisões sejam aquelas que a nossa população depositou no voto, na confiança da sua pessoa, que tenho certeza, capacidade e disposição o senhor tem de sobra”, concluiu.
FONTE: RDNEWS