Em quase 80% dos casos de câncer de cabeça e pescoço, o diagnóstico é tardio, explica estudo

Um estudo inédito conduzido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra que o Brasil é um dos principais países do mundo em número de casos de tumores de cabeça e pescoço, que afetam regiões como cavidade oral, faringe e laringe. O trabalho ainda afirma que grande parte da população brasileira recebe diagnósticos tardios: quase 80% dos casos, sendo os mais afetados pessoas com cerca de 60 anos.

Sabendo disso, o calendário do Ministério da Saúde ficou destinado neste mês ao Julho Verde, para conscientizar sobre o câncer de cabeça e pescoço, lembrando a população dessas regiões do corpo, pois esse é um tipo de câncer normalmente esquecido e responsável por muitos casos e muitas mortes no Brasil.

Segundo o oncologista Cleberson Jean dos Santos Queiroz, credenciado ao Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado (Mato Grosso Saúde), o termo câncer de cabeça e pescoço se refere aos tumores que surgem nessa região do corpo, normalmente na boca, na língua, na garganta, no nariz e no pescoço, propriamente dito. Porém, há um tipo de tumor que normalmente não faz parte dessa definição, que é o tumor da tireoide. Esse é abordado separadamente.

Ele ainda explica que os principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço são o fumo e a bebida alcoólica, sendo muito incomum que essa doença surja em pessoas que não têm esses hábitos.

“Se você quer evitar, basta tomar cuidado e evitar fumo e bebida alcoólica. Com uma exceção: o vírus HPV também está associado ao câncer de garganta e também pode ser prevenido pelo uso de vacina. Fique esperto”, explicou o médico.

É fundamental um acompanhamento médico contínuo para o tratamento, porque, como com qualquer outro tipo de câncer, embora o processo tenha o objetivo de eliminar a doença definitivamente, alguns casos podem apresentar recidiva, então é necessário acompanhamento para que seja identificado e tratado rapidamente.

O tratamento costuma ser um pouco mais incômodo do que o de outros tipos de câncer por causa da localização, onde qualquer cirurgia nessa região pode resultar em sequelas ou em dificuldades após o tratamento. “Realmente, em alguns casos, o tratamento pode trazer algum desconforto, mas nada comparado com o desconforto da doença, que pode custar a vida, inclusive”, ressaltou Cleberson.

A região de cabeça e pescoço tem a vantagem de ser fácil de ser examinada pelo próprio paciente. Uma medida necessária é o paciente observar se tem alguma ferida na boca ou na língua que não cicatriza, se há algum caroço no pescoço que surgiu e não desaparece, e, principalmente, evitar os principais fatores de risco, que são o fumo e a bebida alcoólica.

Por isso, é interessante acrescentar que é preciso estar atento a uma doença da qual pouco se fala e que se vê pouco na mídia, pois o câncer nessas regiões também é importante ser lembrado.

“Normalmente, é uma doença que acomete populações menos favorecidas, então é muito difícil você ouvir falar de pacientes ricos ou famosos que desenvolvem essa doença, diferente do câncer de mama ou do câncer de intestino”, conclui o oncologista, completando que geralmente é uma doença de pessoas com menos acesso a serviços de saúde. “Até a saúde pública precisa dar muita atenção a isso, porque é uma população mais vulnerável”, completou.

A partir disso, torna-se essencial informar que os principais sintomas associados ao câncer de cabeça e pescoço são feridas na boca que não cicatrizam, sangramentos na boca ou ao tossir, inchaços e ínguas que crescem no pescoço e que não desaparecem com o tempo.

Caso apresente qualquer um dos sintomas mencionados, ou outros, em vez de procurar no Google, que não traz informações precisas para o paciente, apenas dados gerais e nem sempre corretos, acesse o guia médico do MT Saúde e procure um especialista o mais breve possível.

FONTE: matogrossosaude

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