Mulheres denunciam rede de vazamento de fotos ntimas | FOLHAMAX

 

Um grupo de 12 mulheres que frequentam casas de forró na cidade de São Paulo e na região metropolitana alegam ter sido vítimas de homens que compartilham e comercializam, sem consentimento, imagens e vídeos íntimos delas pelo Telegram.

A rede criminosa envolveria dois grupos de troca de mensagens voltados a forrozeiros: um deles que atua em São Paulo e outro, na Europa. Neles, os homens compartilham conteúdo íntimo das mulheres que frequentavam casas de dança, além de informações sobre a vida pessoal delas.

Pelo menos 12 mulheres teriam sido expostas desde o início deste ano. Elas procuraram a Bancada Feminista do PSol na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal. O MPF solicitou que a Polícia Federal investigue o caso. Após o encaminhamento da denúncia os dois “canais” ficaram fora do ar.

Na descrição dos grupos chamados “cremosinhas da putaria” e “vazadinhas inéditas”, os integrantes eram convidados a compartilhar informações indicadas como “fragilidades” das mulheres, como se possuem filhos, se “transa na saída do forró” e “quais lugares frequentam”. Para participar, eles tinham que dar informações pessoais, como perfil, telefone e endereço. Alguns, chegaram a publicar prints com as conversas trocadas com as parceiras.

 

“Cremosinhas da putaria”

Uma das denunciantes descobriu o crime após um ex-namorado ter divulgado imagens íntimas deles durante relações sexuais no grupo chamado “Cremosinhas da Putaria”.

Ela contou para as parlamentares que foi procurada por dezenas de homens nas redes sociais após o vazamento dos vídeos e, um deles, que se apresentou como um segurança particular de uma casa noturna de forró, enviou uma mensagem a informando sobre a exposição.

Nos prints da conversa entre os dois, que foi anexado à denúncia, o suposto segurança conta que os participantes pagavam R$ 50 mensais para frequentar o espaço onde o conteúdo era divulgado. Segundo ele, a rede de São Paulo existe há mais de 8 anos e conta com mais de 150 participantes.

O homem disse à vítima que não estava dentro do grupo e que teria obtido essas informações, como os prints das descrições dos grupos, por meio de um conhecido.

Parte das mulheres que procuraram o PSol desconfiam que também foram vítimas. A maioria relatou ter sofrido assédio sexual e violência dos parceiros, que as obrigavam a ser gravadas ou fotografas durante o ato sexual.

As casas de forró onde as mulheres foram vítimas estão localizadas em Pinheiros, na Vila Mariana, no Centro, em Santo André e em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Alcance internacional

Uma das vítimas que procurou os parlamentares do PSol descobriu um segundo grupo com a mesma proposta funcionando na Europa, o “vazadinhas inéditas”. Assim como no Brasil, ele também funciona com um esquema de “assinatura” de imagens íntimas.

Na descrição consta que as fotos são enviadas de frequentadores de casas de forró espalhadas por países europeus e frequentadas por brasileiros.

O Telegram foi procurado pelo Metrópoles para comentar o assunto, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.

FONTE: Folha Max

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