CDL: “Centro está abandonado; não tem gente e não tem venda”

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cuiabá, Júnior Macagnam, alertou para o impacto direto do abandono do Centro Histórico da Capital sobre o comércio local.

 

Na realidade, não tem gente, não tem venda, as pessoas acabam tendo que mudar para outros lugares ocasionando com que haja o fechamento dessas lojas

Em entrevista ao MidiaNews, ele disse que a falta de movimentação e a ausência de políticas públicas eficazes têm levado ao esvaziamento da região, provocando queda nas vendas e debandada de empresários.

 

“Na realidade, não tem gente, não tem venda, as pessoas acabam tendo que mudar para outros lugares, ocasionando o fechamento dessas lojas”, afirmou.

 

“O que temos visto é isso, por essa situação do abandono do Centro Histórico, cada vez sendo menos visitado, cada vez tendo menos pessoas circulando, o comércio sofre e o mercado não perdoa”, completou.

 

À reportagem, o presidente também se mostrou preocupado com a possibilidade de haver outro “elefante branco” na região central caso o Mercado Municipal da Miguel Sutil não seja concluído. Isso porque, o prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) disse que pode rescindir o contrato com a CS Mobi. O projeto é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara.

 

Ao longo da entrevista, Macagnam também comentou sobre o cenário político do Estado, avaliou a gestão de Abilio e do governador Mauro Mendes (União) até aqui e falou sobre os desafios de enfrentar gigantes do comércio online. 

 

Confira os principais trechos da entrevista (e a íntegra no vídeo ao final da matéria):

 

MidiaNews – Nos últimos anos, especialmente na gestão Emanuel Pinheiro, o Centro Histórico foi abandonado. Tem esperança de que ocorra uma retomada daquela região?

 

Junior Macagnam – Sou brasileiro, tem que acreditar. Brasileiro não desiste nunca, então nunca vou deixar de ter esperança e nunca vou deixar de lutar para que gente tenha melhorias no Centro Histórico. 

 

No processo eleitoral para Prefeitura, a CDL Cuiabá organizou 32 propostas, que foram enviadas para todos os candidatos com antecedência. O candidato eleito, prefeito Abilio, concordou com as 32 propostas, as quais estava lá a revitalização do Centro Histórico.

 

A UFMT tem um estudo sobre essa revitalização. Não adianta revitalizar, porque você não tem revitalizador, não tem as pessoas, tem que primeiro capacitar essas pessoas. Isso foi incluído nas nossas propostas. Depois de eleito, o prefeito Abílio voltou na CDL Cuiabá e referendou as 32 propostas, que vão muito além do Centro Histórico, mas inclui o Centro Histórico.

 

Temos essa expectativa de que isso vá acontecer, de que vá melhorar, a gente entende que seis meses de gestão não consegue revolucionar o mundo, mas o que esperamos são sinais, que, infelizmente, até esse momento não vemos.

 

Porque a partir do momento que o prefeito fala em romper o contrato com a CS Mobi, que tem o estacionamento rotativo incluso no projeto junto com o Mercado Miguel Sutil, que é uma luta histórica antiga da CDL Cuiabá. Desde que entrei lá se fala que é necessário estacionamento rotativo, até porque hoje o consumidor quer comunidade e se a experiência de compra não for excelente, ele vai comprar na internet ou vai num lugar que para no estacionamento da porta da loja.

 

Hoje, parar na porta da loja, faz parte do processo de compra. E, infelizmente, o prefeito tem falado em romper esse contrato, o que atinge o Mercado Miguel Sutil, que vai ser um mercado com sete andares, muitas vagas de garagem, mais de 100 lojas, restaurantes, provavelmente nós teremos academia, escola. É um modelo de mercado que a gente vê muito em Belo Horizonte, em São Paulo, nas principais cidades da Europa.

 

Madri tem um mercado desse que é fantástico, visitado por pessoas do mundo inteiro. E isso pode se tornar um referencial para Cuiabá, inclusive para atração de turismo.

 

Não estamos aqui defendendo empresa, não estamos defendendo gestão passada, estamos defendendo os interesses do comércio e da população cuiabana, porque entendemos da importância do Mercado da Miguel Sutil e entendemos a importância do estacionamento rotativo. Se o prefeito quiser romper, ótimo, rompa, mas nos apresente alguma alternativa para que tudo que já foi feito até o momento não seja desperdiçado, não seja jogado fora. E gente tenha mais um elefante branco, mais um esqueleto cravado no centro da nossa cidade. 

 

   

MidiaNews – A CS Mobi tem sido muito criticada, porque o contrato foi firmado com a empresa ainda na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), mas mesmo após a troca de comando eles não tinham avançado na revitalização do Centro Histórico e na construção do Mercado Municipal Miguel. Acha que o rompimento não é a solução?

 

Junior Macagnam – Eu estive na CPI da CS Mobi representando a CDL e apresentamos algumas sugestões, porque dentre as melhorias que estão sendo feitas, inclusive a gente já viu o calçadão da Isaac Povas ser reformulado. Agora, tudo isso quem tem que cobrar é a agência reguladora, porque isso é uma PPP, não cabe a CDL cobrar, cabe acompanhar e cobrar o poder público na realidade.

 

Apresentamos algumas sugestões, porque dentro do contrato, por exemplo, essa parte de restauração, de arborização, de melhorias, não contempla a Galdino Pimentel, não contempla a Candido Mariano e a Ricardo Franco, que são os três principais calçadões de Cuiabá.

 

Então, o vereador Dilemário [Alencar], que é o relator, junto com o vereador Rafael Ranalli, acataram nossa sugestão e isso vai estar no relatório final, pedindo para que a CS Mob faça essas partes.

 

Quando eu tinha 20 anos, via muita gente da Europa andando em Cuiabá, muita gente com cara de europeu, de americano. Hoje simplesmente viramos passagem

Agora, romper unilateralmente cabe ao prefeito. O que queremos, na realidade, é que esse contrato sendo rompido dê continuidade, que apresente outra empresa. Que a gente não fique sem o rotativo e não fique sem o Mercado Municipal Miguel Sutil.

 

Porque, nosso centro já está feio. A gente viaja para diversas cidades, países e a primeira coisa que fazemos é visitar o Centro Histórico e aqui não oferecemos condições de visitação.

 

Ao todo, 10% do PIB mundial advém do turismo. O turismo é uma indústria limpa e aqui, além do fato histórico, tem a natureza, Chapada dos Guimarães, Nobres, Pantanal. Ou seja, somos extremamente privilegiados e, infelizmente, essa questão está sendo deixada de lado, porque assim.

Quando eu tinha 20 anos, via muita gente da Europa andando em Cuiabá, muita gente com cara de europeu, de americano. Hoje simplesmente viramos passagem. A gente tem um turismo que é de negócios, mas essas pessoas vem, passam por Cuiabá e no mesmo dia já vão embora para Sorriso, Lucas, Campo Verde, Rondonópolis e cidades do agro.

 

Essas pessoas poderiam passar dois dias em Cuiabá, visitando nosso Centro de História, conhecendo um pouquinho da história. Temos uma culinária fantástica, temos musicalidade…

 

MidiaNews – O senhor vê que esse abandono do Centro Histórico tem manchado a Capital?

 

Junior Macagnam – Vemos o esforço. Por exemplo, temos uma excelente parceria com a Polícia Militar, que está sempre à disposição, mas sentimos que falta algo, a gente precisa levar assistente social, levar muita coisa para o Centro para resolver a situação. 

 

MidiaNews – Também vemos que vários prédios dessa região Central, da Getúlio Vargas, estão sendo colocados para alugar. Lojas ali que tem uma história de anos e estão fechando. A CDL tem acompanhado esses fechamentos? Tem algum dado em relação a isso? 

 

Junior Macagnam – O que temos visto é realmente isso, por essa situação do abandono do Centro Histórico, cada vez sendo menos visitado, cada vez tendo menos pessoas circulando, o comércio sofre e o mercado não perdoa.

 

Na realidade, não tem gente, não tem venda, as pessoas acabam tendo que mudar para outros lugares ocasionando com que haja o fechamento dessas lojas. O que pedimos é uma solidariedade dos proprietários para que aqueles imóveis que sejam alocados façam negociações com os inquilinos, porque muitas vezes é muito melhor você ter um imóvel com aluguel mais barato por um período, do que estar com um imóvel para alocar e que nem sabe quando que vai ser alocado. 

  

MidiaNews – O senhor mencionou esse diálogo que mantém com o prefeito Abilio Brunini, como avalia esses sete primeiros meses de gestão?

 

Junior Macagnam – Houve uma solicitação que chegou até a CDL dos comerciantes da região da 13 de junho e solicitamos que fossem retirados os ambulantes da rua, principalmente porque, além de atrapalhar o comércio, que é gerador de empregos, de imposto, atrapalha também as pessoas que querem transitar no Centro. E as pesquisas indicam que as pessoas gostaram da retirada, porque deixou a calçada livre. 

 

O prefeito Abílio nos atendeu, removeu os ambulantes, achou outro lugar para eles. É uma parceria que é construída. São seis meses de gestão, estamos nos conhecendo, digamos assim. É um processo de conhecimento.

  

MidiaNews – O senhor tem formação política, tendo feito inclusive curso de liderança. Como analisa a classe política de Mato Grosso atualmente?

 

Junior Macagnam – Essa polarização tem atrapalhado a construção de projetos de país. Fica cada um defendendo seu nicho, cada um defendendo o seu líder e a gente esquece de construir o projeto de país, porque na realidade é isso que vai fazer com que as pessoas tenham desenvolvimento, mais renda, mais prosperidade.

 

Precisamos parar de discutir projetos pessoais e começar a discutir projeto de país. Que país queremos daqui a 20 anos? Daqui a 30 anos? A gente não fala mais disso, só fica A contra B, B contra A e esquece de discutir projeto de país.

 

MidiaNews – O senhor já foi candidato a deputado federal. Como liderança no segmento comercial, pensa em tentar uma nova candidatura no ano que vem?

 

Junior Macagnam – No momento, não estou filiado a nenhum partido, meu mandato dentro da CDL Cuiabá vai até 2029. Por agora, não pretendo concorrer à eleição.

 

Quero fazer um bom mandato na CDL, deixar um legado em prol do comércio de Cuiabá, dos prestadores de serviço. Meu objetivo é esse.

 

MidiaNews – Não considera importante o comércio ter mais representação política?

 

Junior Macagnam – Se você olhar a Câmara Municipal, de comerciante a gente tem a presidente Paula [Calil], que é proprietária de farmácia. Praticamente mais ninguém é ligado ao comércio.

 

Dentro da Assembleia Legislativa, a gente tem lo Dilmar Dal’Bosco, que tem familiares que são comerciantes, o deputado Diego Guimarães, que tem o pai que é comerciante, mas pessoas ligadas diretamente ao comércio, não temos.

 

E somos o maior empregador do Estado, também os maiores pagadores de impostos. Na Câmara Federal, também não temos representantes. Agora que entrou o Rodrigo da Zaeli, que é atacadista lá em Rondonópolis. 

 

E no Senado a gente tem a Margareth Buzetti, é empresária e comerciante no ramo de pneus. E temos também o Wellington Fagundes, que foi, no início da carreira, presidente da Associação Comercial de Rondonópolis.

 

MidiaNews – Como está vendo o quadro eleitoral para 2026 em relação aos pré-candidatos a Governo? Como analisa aqueles que já colocaram nome, como o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) e o senador Wellington Fagundes (PL)?

 

Junior Macagnam – É muito cedo para gente fazer qualquer avaliação, até porque tem muita água para passar por debaixo da ponte. O governador Mauro Mendes vai renunciar? Vai ser candidato ao Senado? Não vai ser?

 

É tudo muito precoce. A gente ainda tem que discutir o que essas pessoas estão fazendo nos seus mandatos. A gente termina uma eleição e já começa a pensar na outra, não começa a pensar em projeto de Estado, projeto de município, projeto de país. 

 

É muita discussão política para pouca ação efetiva na prática. Vamos começar a discutir isso em abril do ano que vem. Agora o que tem que estar em pauta são projetos, são ações, pensar no desenvolvimento do município e do estado. 

 

MidiaNews – O governador Mauro Mendes tem feito mistério sobre disputar o Senado. O senhor defende a candidatura dele em 2026?

 

Junior Macagnam – Quem pode responder isso é só ele. Porque ser candidato ou não é uma coisa íntima e pessoal. E está precoce ainda, ele mesmo fala que está precoce. Vamos aguardar. 

 

Victor Ostetti/MidiaNews

Macagnam classificou como “desafiador” enfrentar as gigantes lojas online

MidiaNews – Que avaliação o senhor faz do governo Mendes?

 

Junior Macagnam – O principal legado é o fato dele não gastar mais do que arrecada, não criar déficit fiscal. Se ele conseguir transferir isso para as próximas gestões, é um legado que ele vai deixar.

 

Outro legado é a educação, que era 22º lugar no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] e agora está em 8º lugar. A gente sabe o tanto que é difícil quando não se tem uma cultura, uma educação forte. Há 40 anos, o brasileiro produzia igual o coreano. Hoje o coreano produz quatro vezes mais que o brasileiro. O fato de Mendes melhorar a educação, considero bastante importante.

 

O Hospital Central é outro legado, porque Cuiabá é carente de saúde. A ferrovia é um legado importante, infelizmente demora tanto para fazer uma ferrovia.

 

A BR-163, que a gente vê que causava tantas mortes. E tem a parte do BRT, que acho que ele deveria focar nisso, colocar um gás, para entregar, porque a população cuiabana merece um transporte público de qualidade.

 

 

 

MidiaNews – Nesta semana, teve início o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil. Como está enxergando toda essa polêmica? Qual sua análise sobre a resposta do Governo Lula?

 

Junior Macagnam – Dia 15 de março fez dez anos que a gente fez a primeira manifestação em Cuiabá, primeira manifestação no Brasil, e isso faz parte da minha vida, da minha história, não tem como negar. A primeira manifestação contra corrupção. A verdade é que nessas primeiras manifestações, enquanto não tiveram as pedaladas fiscais, eram contra a corrupção. A partir do momento que o TCU deu que tinha as pedaladas, a gente começou a se manifestar a favor do impeachment da presidente Dilma [Roussef].

 

E hoje, a gente vê uma situação no Brasil bastante similar àquela. O que a presidente Dilma fez na época?  Ela incentivou o consumo através de liberação de dinheiro, criou uma sensação de prosperidade para as pessoas e acabou se reelegendo em 2014. A gente teve a pior crise na história do Brasil, PIB menos 5% em um ano, menos 4,5% no outro.

 

O que a gente vinha sentindo nesse momento do Brasil? O presidente Lula estava praticamente na lona. Com esse advento do tarifaço, o que a gente sentiu? Que o presidente Lula foi para as cordas, criou um sentimento de nacionalismo, de soberania e ele foi para as cordas. Ele já está extremamente à vontade. Nas pesquisas indicavam antes que ele perdia a eleição para Tarcísio [Freitas], para Michelle [Bolsonaro], para vários outros candidatos da direita. E o que estamos percebendo agora? Que as pesquisas estão indicando que ele ganha a eleição de todos.

 

O presidente Trump assinou o tarifaço, a gente viu que tirou mais de 700 produtos, manteve 50% no café e carne. A gente acompanhou ano passado, café e carne foram os grandes causadores de inflação. Café estava caro. Teve ainda muitos memes na internet com a carne: ‘Cadê a picanha, Lula?’… Esses produtos estão produzidos já e eles serão vendidos no mercado nacional com um preço mais barato, porque há um excesso de oferta e o preço cai. E isso vai causar ainda mais uma sensação de prosperidade na população brasileira.

 

O que a gente percebe com o tarifaço? O impacto em Mato Grosso não será muito grande, porque a gente exporta muito pouco para os Estados Unidos.  Mas o comércio vive de expectativa e essa sensação de que vai acontecer o caos, que vai acontecer o fim do mundo, as pessoas se retraem e deixam de comprar.

 

Porém, carne barata, café barato, essa sensação de nacionalismo, trouxe de volta nas pesquisas atuais o presidente Lula na frente. O que eu posso dizer? Eu fico triste com isso. Sinceramente, fico triste porque tínhamos tudo para ganhar a eleição. 

  

Infelizmente o que vejo é isso. Acho que está na hora de voltar a discutir projeto de país com seriedade. 

 

MidiaNews – Qual a expectativa para o comércio de Cuiabá neste segundo semestre?

 

Junior Macagnam – Finalizamos uma pesquisa na quarta-feira sobre o Dia dos Pais e impressionantes 25% das pessoas, mesmo com todo esse cenário político, não presentearam ano passado, mas vão presentear os pais esse ano. Um total de 50% dos cuiabanos vão presentear os pais. Fico feliz, porque pai, normalmente, é esquecido. Isso deve movimentar a economia em um valor de R$ 138 milhões.

 

Ou seja, é um início do segundo semestre que mostra que tem tudo para ser bom. Desde que a gente volte a ter normalidade no país, volte a pensar em projeto de país e não em projeto pessoal.

 

MidiaNews – No ano passado, o senhor deu uma entrevista ao MidiaNews expondo a preocupação com o número de famílias que estão perdendo dinheiro com apostas online. Isso tem aumentado a inadimplência no comércio?

 

Junior Macagnam – No Brasil, hoje, tem 70 milhões de pessoas nos birôs de crédito, SPC… Inclusive, é uma pauta que a gente levou para o governador para colocar educação financeira nas escolas para que as pessoas tenham esse hábito de poupar, de entender que não tem milagre.

 

Em Mato Grosso, 46% das pessoas aptas ao trabalho estão nos birôs de crédito, 1,2 milhão pessoas estão no SPC em Mato Grosso, ou seja, é uma quantidade gigante, coisa que não acontece em nenhum país do mundo.

 

Volto a frisar: é muito importante a educação financeira e a gente sabe que muito desses recursos, infelizmente, é destinado para apostas online que estão soltas, pagando impostos baixíssimos. E o pessoal cada vez com menos educação em relação a isso sendo presa fácil para essas empresas aí. 

 

MidiaNews – Recentemente teve a CPI das Bets, que também não chegou a nada de resolução. O senhor acompanhou isso? Acha que é um assunto que tem que ser tratado com mais seriedade no país?

 

Junior Macagnam – O que chegou para mim foi o depoimento da Virgínia [influencer]. O comportamento dos senadores lá foi extremamente deplorável. Porque ela foi como depoente e viraram fãs de tirar foto. Então, não deveria nem ter chamado ela, porque me pareceu que tirou a seriedade daquela CPI. E acabou não resultando em nada.

 

MidiaNews – E como tem sido enfrentar gigantes chinesas que vendem a preços bem mais baixos?

 

Junior Macagnam – Não são só as chinesas. A gente tem o Mercado Livre, que é nacional, temos Amazon, que é americana… É desafiador, porque o que a gente como comércio cuiabano tem que fazer é transformar a jornada de compra do cliente na melhor possível. Se a gente quiser produto de qualidade, a gente sabe que tem um preço.

 

E muitas vezes, a pessoa valoriza muito mais um atendimento, um ambiente de compra.  A gente precisa ter lojas cada vez mais criando ambientação de compra positiva. A gente precisa ter cada vez mais as nossas equipes treinadas. A gente precisa fazer com que o comércio cuiabano esteja cada vez mais no digital. E são pautas da CDL que a gente vem trabalhando e vem fornecendo subsídios para o comerciante entrar nessa onda.

 

É fazer com que a jornada do cliente seja super agradável, porque você compra em um site, é uma compra fria. Não tem o calor humano, ainda mais o cuiabano, o brasileiro, que gosta dessa coisa de relacionamento. É muito importante o empresário cuiabano capacitar, treinar, ter o produto correto na loja no momento certo, criar uma ambientação que transforme a experiência de compra cada vez mais em uma situação prazerosa, que faça com que a pessoa tenha vontade de frequentar o comércio, tenha vontade de ir até a loja fazer essa compra.

 

Só assim vamos conseguir enfrentar. Se ele tem um produto que é um preço menor, temos que dar uma qualidade melhor, uma qualidade no atendimento melhor, temos que ser melhor em todos os outros quesitos.

 

Veja a íntegra:

 

 

FONTE: MIDIA NEWS

comando

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