segunda-feira, outubro 13, 2025

O conforto que te prende e a mudança que te liberta | RDNEWS

Rodinei Crescêncio/Rdnews

Muitas vezes, ouço as pessoas dizerem: “Eu odeio mudanças.”

Na verdade, as pessoas odeiam que as coisas saiam do seu controle. Ainda bem que mudamos! Ainda bem que a mudança ocorre!

“A mudança é meta universal”, me disse uma vez um senhor muito sábio. Sendo meta universal, a mudança é e faz parte do ser, não de um estado ou de um período. Querendo ou não, gostando ou não, colaborando ou não, a mudança vai ocorrer.

Sendo assim, se ela está contigo o tempo todo, não como uma opção de escolha, como seria se você a acolhesse na sua vida?

Certa vez, em uma empresa que estava passando por mudanças ativas — de redução de custos e expansão — foi necessário reorganizar a equipe.

Alguns gerentes muito competentes, infelizmente, estavam sendo desligados, e outros eram convidados a assumir novas áreas e funções.

Sabendo disso, a unidade onde Greyci trabalhava havia acabado de receber a visita da diretoria e do RH, que vinha analisar alguns setores para verificar perfis e possíveis transferências.

A atitude de Greyci, um tanto espontânea e impulsiva, foi engraçada. Ao visualizar Vinícius, gerente de RH, adentrar o corredor, automaticamente levantou as mãos, sinalizando uma expressão de “pare”, e disse:

— “Nem vem! Não mexe comigo! Deixa eu quietinha aqui!”

O que podemos perceber nesta cena?

Greyci estava iludida, achando que, se não a trocassem de setor, talvez estivesse protegida das mudanças. Como se o fato de ficar “quietinha” a mantivesse protegida das alterações — que já estavam acontecendo ali.

É nesse ponto que quero fazer a nossa abordagem de hoje, pois, em prol dessa segurança, vejo muitos profissionais se posicionarem como se tivessem o poder de paralisar o tempo, garantir segurança e se proteger. Como se a mudança só representasse algo desconfortável e ruim.

Para fazer você perceber que não é assim, imagine agora algumas mudanças que você viveu — aquelas em que chegou a pensar que era o fim da linha, mas que, graças a elas, você pôde ser quem é hoje.

Aquele momento em que você foi surpreendido com uma demissão…

Aquele relacionamento que não deu certo…

Aquela mudança da cidade em que você cresceu…

Tenho certeza de que muitas lembranças incríveis surgiram aí, ou, no mínimo, grandes aprendizados.

A vida dá sinais, meu amigo, mas muitas vezes você fica aí, de olhos fechados, fingindo que está dormindo


Cynthia Lemos

O tempo não para. Ele cumpre seu papel a cada segundo, e, com ele, a mudança vem junto. Alguns mudarão mais, evoluirão mais, pois já entenderam que a mudança “é” e, assim, estão mais livres, colaborando com o fluxo de evolução de si mesmos e do meio.

Outros, menos; tentarão controlar o fluxo, mas ele é forte e seguirá seu destino.

Um exemplo claro e simples é daquela pessoa que não quer mudar e se tranca na própria vida, em um “quarto fechado”. Ela pode se trancar por 30 anos; o tempo dirá: você mudou. Você envelheceu, seus traços na pele mostram que mudou… por mais procedimentos estéticos que faça, o tempo da mudança marcará você.

Sabendo disso, você não tem muitas opções:

Ou fica passivo diante da mudança, mudando de forma inconsciente;

Ou fica ativo, participando do processo da mudança, também mudando!

Raros serão os momentos em que você não terá opção de participar ativamente das mudanças, pois, na maioria das vezes, você pode reconhecer que um ciclo está se encerrando e outro está se abrindo.

A vida dá sinais, meu amigo, mas muitas vezes você fica aí, de olhos fechados, fingindo que está dormindo. É nesse momento que precisa ser ágil: vai resistir? Ou vai seguir o fluxo do novo ciclo de vida que se apresenta, podendo ter participação ativa, melhor adaptação e evolução?

Assim sendo, minha dica para você é: aprenda a perceber e valorizar a mudança, a conviver com ela.

Pois ela é o “tic tac, tic tac” do seu relógio: o tempo mudou, a paisagem mudou, você mudou… e a sua vida segue.

Cynthia Lemos é psicóloga e empreendedora; fundadora da Grandy Psicologia Empresarial e escreve neste espaço quinzenalmente às quintas-feiras

FONTE: RDNEWS

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