O feminicida José Alves dos Santos, preso na segunda-feira (18), no distrito de Piratininga, pelo assassinato da ex-companheira, Jacyra Grampola Gonçalves da Silva, de 23 anos, em Sorriso (398 km ao norte da Capital), passou por audiência de custódia na tarde de terça-feira (19), e teve a prisão mantida.
Disse que fez isso mesmo e que já estava com intenção de se entregar
A decisão é do juiz plantonista Arthur Moreira Pedreira de Albuquerque, da 2ª Vara Criminal de Sorriso. O caso tramita sob sigilo, mas informações confirmadas pelo magistrado são de que o descumprimento de medidas protetivas e a crueldade dos fatos, além do total desprezo pela vida da vítima, embasaram a manutenção da prisão.
Conforme revelado pela delegada Layssa Crisostomo, responsável pelo caso, o relacionamento de Jacyra e José terminou em maio deste ano. Mas o comportamento agressivo do suspeito fez com que ela recoresse à medida protetiva, que não foi suficiente para salvá-la.
O assassinato ocorreu no último domingo (17), em um pesqueiro de Sorriso, e foi filmado por câmeras de segurança. Segundo a investigação, José dos Santos teria ido ao local, acompanhado de um amigo. Quando viu Jacyra, foi até ela e disse que tinha um “presente da Shopee” para entregar.
Ele foi até o carro e voltou com a arma escondida na caixa. Nas imagens, a vítima aparece sentada ao lado de uma amiga, não houve tempo de reação. Logo que se aproximou, ele saca a pistola e dispara diversas vezes, atingindo Jacyra no rosto.
Após o crime, ele fugiu em um Volkswagen Fox de cor preta. Quando chegou ao distrito de Santiago, abandonou o carro, pediu carona e foi até o distrito de Piratininga, onde almoçou e seguiu a pé sentido a Paranatinga, mas foi preso antes de chegar na cidade.
Segundo a delegada, quando foi questionado sobre o crime, José dos Santos riu. “O tempo todo ele estava muito sarcástico, debochava, ria. Disse que fez isso mesmo e que já estava com intenção de se entregar, mas que estava esperando o momento certo para que fosse preso. Na cabeça dele, passando as 24h, poderia se apresentar, que nada iria acontecer”, disse.
“Em uma breve conversa, ele acabou relatando onde estava escondida a arma. Nós voltamos ao distrito de Piratininga, e numa mata fechada, localizamos a arma utilizada no crime […] ele não falou a motivação. A verdade, é que ele não aceitou o término da relação”.
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FONTE: MIDIA NEWS