Governador critica vazamento de áudios: “Gera mais problemas políticos” | RDNEWS

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), evita se posicionar sobre o teor das conversas que culminaram em novo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

“Olha eu não vi, confesso a você que eu não vi com mais detalhes, só recebi por comentários de alguns colegas lá dentro do governo, que houveram alguns vazamentos do celular do ex-presidente. Então, é difícil eu comentar sem eu ter conhecimento com mais profundidade”, inicia.

Montagem/Reprodução

O governador Mauro Mendes e o ex-presidente Jair Bolsonaro (no detalhe)

Apesar disso, Mauro faz questão de criticar o vazamento do conteúdo das provas do inquérito. Para o chefe do Paiaguás, a situação prejudica ainda mais o Brasil, que já vive momentos difíceis.

“Se foi feito um bloqueio e a apreensão de um celular, de qualquer cidadão, não importa se do Bolsonaro, do senhor José ou da dona Maria, isso tem que ser usado dentro do processo e não ficar vazando isso para a mídia, para ficar gerando mais problemas políticos no país”, avalia.

Caso

Ontem a Polícia Federal (PF) informou que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho dele. A decisão foi tomada após a PF concluir as investigações sobre a atuação de Eduardo junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.

O governo dos Estados Unidos anunciou nos últimos meses uma série de ações contra o Brasil e autoridades brasileiras, como o tarifaço de 50% contra importações de produtos do país, uma investigação comercial contra o Pix e sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Lei Magnitsky.

Trump e integrantes de seu governo afirmam que Bolsonaro é alvo de uma “caça às bruxas” e que Moraes age contra a liberdade de expressão e empresas americanas que administram as redes sociais. Logo após o indiciamento, vários áudios e diálogos vieram à tona revelando, por exemplo, o que seria uma carta pedindo anistia à Argentina.

Julgamento do Golpe

Indiciamento acontece às vésperas do julgamento do ex-presidente Bolsonaro, em 2 de setembro, na ação penal da trama golpista no Supremo. Serão julgados neste dia os denunciados como integrantes do núcleo 1 na ação penal, apontados como líderes do conluio que, segundo a PF e a PGR, buscava reverter o resultado das eleições de 2022 e culminou nos atentados contra as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. 

Jair Bolsonaro e mais sete aliados estarão no banco dos réus: Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; 

Nessa ação, eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal e foi beneficiado por uma decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu do processo os crimes que ocorreram após a sua diplomação. Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Os outros três núcleos de réus processados têm ações penais em fase de alegações finais, última etapa antes do julgamento, que deverá ocorrer ainda neste ano. (Com informações da Agência Brasil)

FONTE: RDNEWS

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