Lamento e revolta do tom de discurso antes de julgamento de Bolsonaro | FOLHAMAX

A menos de 24 horas do início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 acusados de articular um golpe de Estado, políticos mato-grossenses manifestam indignação e apoio ao ex-mandatário. Em declarações públicas, durante coletivas ou nas redes sociais, os parlamentares acreditam na inocência de Bolsonaro e lamentam que o julgamento possa chegar a uma condenação e o exclua das eleições de 2026. Porém, devido a processo anterior, o liberal está inelegível por 2026.

O senador Wellington Fagundes (PL) declarou em entrevista à TV Vila Real (canal 10.1) que as lideranças do Partido Liberal têm acompanhado com “apreensão e tristeza” o início do julgamento de Bolsonaro e acredita que não há elementos suficientes para a prisão e condenação. “O presidente Bolsonaro está preso apenas por opinião, por discordar do sistema. Não tem nenhuma acusação de corrupção. Muitos que roubaram, como é o caso do INSS, roubaram o dinheiro dos velhinhos, até agora não estão presos. Queremos e vamos fazer tudo para que o presidente seja anistiado, como todos aqueles injustiçados e que tenhamos ano que vem a presença do Bolsonaro nas eleições, sem a presença do Bolsonaro nas eleições, não serão eleições democráticas”, disse.

Os descontos indevidos da pensão de aposentados está sob investigação e teriam ocorrido entre 2019 e 2022, ainda na gestão de Bolsonaro. O presidente Lula (PT) assumiu seu terceiro mandato em janeiro de 2023.

O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), sustentou acreditar na inocência do ex-presidente e crê que, caso seja condenado, será uma “página infeliz na história do Brasil”. “Pelo que está sendo tomado de decisão, em especial com esse pedido da Polícia Federal de monitoramento intenso, inclusive com policiais dentro da casa do presidente Bolsonaro, rejeitado pela Procuradoria Geral da República, mas com a intensificação do monitoramento na área externa, isso leva a indicar que presidente pode ter um julgamento que o leve à prisão infelizmente. Eu não acredito que tenha havido um golpe de estado e, portanto, a gente vai ter uma página bastante infeliz da história do Brasil se Bolsonaro for condenado”, declarou nesta segunda-feira (1º), em evento no Palácio Paiaguás.

Em seu Instagram, o vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (PL) compartilhou vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) onde declara que repudia atos de depredação ocorridos no 8 de janeiro e alegou que em seu celular não compartilhou nada estimulando “quebradeira”. “A verdade sobre o 8 de janeiro. Jamais esqueçam: inocentes estão sendo condenados e o maior líder de direita da nossa história está sendo perseguido. Tudo isso sustentado por uma grande mentira!”, escreveu Ranalli.

Ele também compartilhou uma montagem de capa da revista Veja com os dizeres “O Julgamento”, com uma linha escrita “A Farsa”, onde aparece Bolsonaro sentado e os ministros do STF em sua frente em alusão ao processo. “A História mostrará quem acabou com a democracia no Brasil”, escreveu.

O julgamento

Serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) Bolsonaro e o chamado “núcleo crucial”, que inclui o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, o almirante Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha, Anderson Torres; ex-ministro da Justiça, o general da reserva Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o tenente-coronel Mauro Cid; ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o general Paulo Sérgio Nogueira; ex-ministro da Defesa, e o também general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.

Eles respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A única exceção é Alexandre Ramagem, que teve a acusação de dois crimes suspensa pela Câmara dos Deputados. Ele responde apenas por golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.

FONTE: Folha Max

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