O presidente russo, Vladimir Putin, chega à cerimônia de boas-vindas aos chefes de Estado na cúpula da OCS em Tianjin.
Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via REUTERS
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “abriu caminho” para a resolução do conflito com a Ucrânia. O líder russo comentou a guerra nesta segunda-feira (1º) durante a Organização de Cooperação de Xangai, realizada em Tianjin.
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Os principais recados de Trump e Putin
“Nesse sentido, valorizamos muito os esforços e propostas da China e da Índia voltados a facilitar a resolução da crise ucraniana”, disse Putin. “Também destacaria que os entendimentos alcançados na recente reunião Rússia–EUA, no Alasca, espero que também contribuam para esse objetivo.”
O encontro dos dois líderes completa duas semanas nesta segunda (1º) sem nenhuma medida ter sido anunciada. Não há previsão de cessar-fogo e os ataques continuam dos dois lados.
Na semana passada, um “ataque macoço” da Rússia na Ucrânia deixou 23 mortos em Kiev. Segundo o Exército da Ucrânia, a Rússia lançou 598 drones e 31 mísseis no território ucraniano, dos quais 563 e 26, respectivamente, foram abatidos.
Pelo menos 53 pessoas ficaram feridas, incluindo 11 crianças, segundo o prefeito da capital ucraniana.
Nas últimas semanas, os russos têm aumentado cada vez mais a quantidade de mísseis e drones lançados contra a Ucrânia.
Por sua vez, a Ucrânia anunciou ter atacado um navio de guerra russo que carregava mísseis balísticos e duas refinarias de petróleo russas, uma na região de Krasnodar e outra em Samara. Segundo a agência de notícias Reuters, o ataque comprometeu 17% da produção de uma dessas refinarias, o que equivale a 1,2 milhão de barris diários de petróleo.
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A reunião entre Trump e Putin realizada em 15 de agosto terminou sem acordo para um cessar-fogo.
“Muitos pontos foram acordados. Restam apenas alguns poucos – alguns não são tão significativos. Um é provavelmente o mais significativo. Ainda não chegamos lá, mas fizemos algum progresso. Há boas chances de chegar lá. Putin quer parar de ver pessoas serem mortas”, disse Trump, sem entrar em detalhes.
O encontro, que durou três horas, começou às 16h30 no horário de Brasília, após os dois protagonizarem um cumprimento efusivo após chegarem ao Alasca.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não participou. Dias depois, Trump se reuniu com ele e com outros líderes europeus na Casa Branca. Após o encontro, Trump afirmou que estava preparando um encontro trilateral com Putin e o líder ucraniano, mas até agora essa reunião não tem data para acontecer. (Leia mais abaixo).
Em pronunciamento rápido, ambos trocaram elogios. Putin foi o primeiro a falar, agradeceu o convite de Trump e chamou a conversa de “construtiva”, mas apontou a necessidade de as preocupações da Rússia serem levadas em conta.
“A Ucrânia foi um dos principais tópicos. Vemos o desejo de Trump de entender a essência do conflito e estamos sinceramente interessados em acabar com ele, mas todas as causas fundamentais devem ser eliminadas, e todas as preocupações da Rússia devem ser levadas em conta. Concordo com Trump que a segurança da Ucrânia deve ser garantida. Espero que a compreensão mútua traga paz à Ucrânia”, declarou.
O russo também afirmou que os dois países conversaram sobre parcerias comerciais: “A parceria de investimento entre Rússia e Estados Unidos tem enorme potencial. Esperamos que a Ucrânia e a Europa não tentem sabotar as negociações. Esperamos que os acordos de hoje sirvam de ponto de partida para a restauração das relações entre nossos países”.
Depois de Putin foi a vez de Trump se pronunciar. Ele afirmou que ainda não há um acordo de cessar-fogo para a guerra, mas que a reunião foi “muito produtiva” e que ele e o presidente russo concordaram “na maioria dos pontos”.
Essa foi a primeira cúpula entre os dois países desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, e o primeiro encontro a sós entre os dois líderes desde 2018.
A guerra da Ucrânia começou em 2022.
Putin e Trump
Andrew Caballero-Reynolds/AFP
O encontro com líderes europeus
Além de Zelensky, estiveram presentes na Casa Branca os seguintes líderes europeus: Emmanuel Macron (presidente da França), Keir Starmer (premiê do Reino Unido), Friedrich Merz (chanceler da Alemanha), Ursula von der Leyen (chefe da Comissão Europeia), Mark Rutte (chefe da Otan), Giorgia Meloni (premiê da Itália) e Alexander Stubb (presidente da Finlândia).
Trump disse que “foi um dia de muito sucesso” e disse achar que Putin quer a paz. No entanto, Macron e Stubb disseram que o líder russo não é confiável e não busca a paz, e outros europeus também demonstraram ceticismo com promessas vindas do Kremlin.
Zelensky afirmou ter tido “uma longa discussão sobre territórios” com Trump, e que detalhes das garantias de segurança oferecidas pelos EUA à Ucrânia serão acordados nos próximos 10 dias. Segundo o líder ucraniano, o encontro desta segunda-feira foi “o melhor até agora”, e todos os aliados estão na mesma página. Zelensky reiterou estar pronto para se encontrar com Putin, e disse que esse encontro não deve vir com exigências prévias.
Os líderes europeus pressionaram Trump para que um possível acordo que ponha um fim à guerra, iniciada em 2022 com uma invasão russa, tenha robustas garantias de que a Rússia não voltaria a atacar, porque afeta a segurança de todo o continente europeu. O encontro se deu três dias depois de Trump e Putin se reunirem na Alasca.
Entenda a ocupação russa na Ucrânia
Arte/g1
FONTE: Lapada Lapada
Putin diz que encontro com Trump 'abriu caminho' para paz na Ucrânia; reunião completa 2 semanas sem soluções no conflito
