quinta-feira, setembro 11, 2025

Safra de laranja 2025/26 em SP e MG tem reestimativa em queda e deve somar 306,7 milhões de caixas


Safra de laranja 2025/26 em SP e MG tem reestimativa em queda e deve somar 306,7 milhões de caixas

A primeira reestimativa da safra de laranja 2025/26 no cinturão citrícola de São Paulo e no Triângulo/Sudoeste Mineiro aponta produção de 306,74 milhões de caixas de 40,8 kg, segundo dados divulgados pelo Fundecitrus nesta quarta-feira (10/9). O volume representa queda de 2,5% em relação à previsão inicial de maio, que era de 314,6 milhões de caixas.

A redução é explicada principalmente pelo aumento da queda prematura de frutos, associada à maior severidade do greening — doença que compromete a produtividade dos pomares — e ao ritmo mais lento da colheita.

Clima mais seco reduziu rendimento em parte das variedades

Segundo a Climatempo Meteorologia, entre maio e agosto choveu, em média, 94 mm no cinturão citrícola, volume 33% inferior à média histórica. Apenas a região de São José do Rio Preto registrou precipitação acima da normalidade, com 21% de excedente.

Mesmo com o déficit hídrico, as chuvas de abril e junho ajudaram a manter a umidade no solo, o que estabilizou o peso dos frutos das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi em 134 g (305 frutos/caixa). Já outras precoces, como Valência Americana, Seleta, Pineapple e Alvorada, apresentaram queda de tamanho, passando de 158 g (259 frutos/caixa) para 150 g (272 frutos/caixa).

A variedade Pera, cuja colheita está mais atrasada, deve se beneficiar das chuvas de primavera, com ganho de peso de 154 g (265 frutos/caixa) para 156 g (261 frutos/caixa). As variedades tardias Valência, Folha Murcha e Natal devem manter seus padrões de peso, sem alterações relevantes.

Colheita avança lentamente no cinturão citrícola

Até meados de agosto, apenas 25% da safra havia sido colhida, enquanto no mesmo período do ciclo anterior o índice era de 50%. Entre as variedades precoces, a colheita das Hamlin, Westin e Rubi chegou a 68%, enquanto as demais precoces alcançaram 75%. A variedade Pera atingiu 17%, e as tardias tiveram início tímido: 1% para Valência e Folha Murcha e 2% para Natal.

O atraso está relacionado à concentração de frutos da segunda florada e à estratégia dos produtores em colher no ponto ideal de maturação para obter suco de melhor qualidade. No entanto, esse cenário aumentou a taxa de queda prematura de frutos, especialmente em áreas afetadas pelo greening e sob condições de déficit hídrico e temperaturas mais amenas no inverno.

Greening agrava perdas e eleva queda de frutos

Inicialmente estimada em 20%, a taxa de queda de frutos foi revisada para 22% nesta nova projeção. A intensidade varia de acordo com a incidência do greening: é maior em setores como Sul, Centro e Sudoeste, e menor no Norte e Noroeste.

De acordo com Juliano Ayres, diretor-executivo do Fundecitrus, a severidade média do greening no cinturão subiu de 19% em 2024 para 22,7% em 2025, reduzindo em torno de 35% o potencial produtivo das árvores. “Esse aumento significativo da severidade tem impacto direto no crescimento da queda prematura dos frutos, sendo o principal fator para a revisão em baixa da safra”, explicou.

A Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) é realizada pelo Fundecitrus em parceria com o professor aposentado da FCAV/Unesp, José Carlos Barbosa.

Fonte: Portal do Agronegócio





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