Donas de casa e estudantes são as ocupações entre as mulheres que mais sofrem com a violência doméstica em Mato Grosso. É o que aponta o Anuário de Violência Doméstica e Crimes Sexuais de 2024, feito pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM). Além dessas ocupações estão outras tanto de nível superior e técnico, como os de baixa remuneração.
Com 147 ocorrências, em primeiro lugar estão as donas de casa, em seguida estudantes com 109, em terceiro estão as auxiliares (de setores alimentícios, administrativos e até de saúde) com 97 casos, seguida pelas mulheres que estão desempregadas, com 88 registros e aquelas cujas profissões não foram coletadas durante atendimento, que correspondem a 81 casos. Já em sexto lugar estão as empresárias, presentes em 70 registros, seguidas pelas servidoras públicas, autônomas, vendedoras e aposentadas. Veja lista:
Kethlyn Moraes/Rdnews
O relatório chama atenção para as chamadas ocupações de apoio e de baixa remuneração, justamente as que se destacam nos dados analisados, mas sobretudo aponta para as ‘donas do lar’. Essas mulheres se dedicam exclusivamente ao cuidado dos filhos, da casa e do parceiro, sem receber remuneração para isso. O que, segundo o documento, “evidencia uma situação de dependência econômica e falta de reconhecimento do trabalho doméstico”.
Porém, esse não é o único aspecto ressaltado pelo relatório, que também evidencia o número de mulheres em profissões técnicas e de nível superior, ainda que em proporção menor, como advogadas, psicólogas, empresárias e servidoras públicas. O que comprova a discussão de que a violência contra as mulheres chegam até mesmo aquelas que conseguem ter mais acesso à educação e qualificação superior.
Perfil da vítima
Conforme levantamento do Anuário, dos 6.223 casos registrados no ano de 2024, 62% das vítimas possuem nível de escolaridade médio e superior. Além disso, os dados retrataram que 55% das vítimas eram pretas/pardas, 55% tinham entre 30 a 49 anos, e 58% tinha como renda de uma a três salários mínimos.
Violência doméstica na Capital
O aumento de 27% no número de atendimento prestado a mulheres vítimas de violência doméstica foi o principal dado estatístico registrado pela Polícia Civil, durante o lançamento do Anuário, nesta semana. De 4.881 casos registrados em 2023, o número subiu para 6.223 em 2024.
Conforme o relatório, os meses de maio e outubro foram os que mais houve demanda. Segundo a delegada, essa procura representa a autoconsciência da vítima. Além disso, o levantamento indicou que a segunda-feira é o dia da semana em que há maior procura pelas unidades policiais voltadas à política de segurança à mulher.
Perfil do suspeito
De acordo com o Anuário, 36% dos suspeitos possuem nível de escolaridade médio e superior. Além disso, os dados retrataram que 33% dos suspeitos eram pretos/pardos, 63% tinham entre 18 a 49 anos (3.919), e que têm profissões diversificadas, sendo maioria os empresários e motoristas de aplicativo.
FONTE: RDNEWS