terça-feira, setembro 23, 2025

PF faz operao sigilosa e mira assessor da PGR por vazar investigaes | FOLHAMAX

 

Em uma ação mantida sob sigilo até agora, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão em endereços de um assessor da Procuradoria-Geral da República (PGR) que atuava em processos criminais envolvendo autoridades como governadores e desembargadores. A investigação teve início após a apreensão do telefone celular do advogado Roberto Zampieri, executado em dezembro de 2013 em Cuiabá

A medida faz parte da Operação Sisamnes, que investiga vendas de decisões judiciais, e foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, relator do caso. O funcionário Felipe Alexandre Wagner é apontado como suspeito de vazar informações de dentro da PGR para investigados no Tocantins, estado citado em decisões judiciais relacionadas ao caso.

Seu nome havia sido mencionado em um diálogo interceptado entre o prefeito de Palmas, José Eduardo de Siqueira Campos, e Thiago Barbosa de Carvalho, sobrinho de Wanderlei Barbosa Castro, governador do Estado do Tocantins atualmente afastado. A conversa, que se deu em 26 de junho de 2024, aborda o vazamento de informações sigilosas das operações “Fames-19” e “Maximus”, que tramitavam no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nesse diálogo, Campos revela a Carvalho que sua situação era mais grave do que pensava, pois ele havia passado a ser formalmente investigado. 

Ele então menciona um contato em Brasília, chamado “Felipe”, responsável por “pareceres”, como uma peça chave para tentar reverter essa situação. No diálogo, Siqueira Campos descreve “Felipe” como “o cara que vai escrever as coisas para a própria menina que deu esse parecer para o gabinete”. Não está claro, ainda, quem é a “menina”, e o que mais a PF pode ter descoberto tendo essa conversa como ponto de partida.

Profissionais ligados ao caso informaram que o pedido para a busca e apreensão veio da própria PGR  que foram apreendidos celular e notebook do servidor. Segundo uma fonte informou à piauí, a PGR decidiu exonerar o funcionário do cargo comissionado (CC-4), mas a informação ainda não foi publicada no Diário Oficial da União. Deflagrada pela Polícia Federal sob supervisão do Supremo Tribunal Federal, a Operação Sinamnes já havia mirado desembargadores, advogados e lobistas suspeitos de intermediar sentenças.

A entrada de um assessor da própria PGR no rol de investigados amplia o alcance do caso, revelando que, possivelmente, a rede de vazamentos e influências não se limitava ao Judiciário, mas atingia também o órgão responsável por conduzir parte das investigações. As corporações, tanto a PF como a PGR, já temem uma exploração política do caso.

A PGR não se manifestou oficialmente até a publicação desta reportagem. O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, responsável pela condução de alguns inquéritos envolvendo autoridades do Tocantins, disse à piauí que não se manifestaria, por ser um caso sob sigilo de Justiça. “Não posso comentar. A lei me proíbe”.

Wagner não foi localizado.

FONTE: Folha Max

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