terça-feira, setembro 23, 2025

Policial executa mulher em VG para se livrar de indenização danos morais e materiais

Soldado confessou autoria dos disparos; crime envolveu emboscada, ocultação e motivação por disputa judicial

O soldado da Polícia Militar Raylton Duarte Mourão confessou ter assassinado a personal trainer Rozeli da Costa Souza Nunes no último dia 11 de setembro, em Várzea Grande. Em depoimento à Polícia Civil, ele admitiu ser o homem que efetuou os disparos contra a vítima, logo após ela sair de casa no bairro Cohab Canelas.

Segundo a investigação, a motivação do homicídio foi diretamente ligada a uma ação judicial movida por Rozeli contra Raylton e sua esposa, a farmacêutica Aline Valandro Kounz, que segue foragida. A personal trainer cobrava R$ 24,6 mil de indenização por danos materiais e morais decorrentes de um acidente envolvendo um caminhão-pipa da empresa Reizinho Água Potável, de propriedade do casal.

Ação premeditada

As apurações mostram que o militar e comparsas planejaram uma emboscada para impedir que Rozeli prosseguisse com a cobrança judicial. Câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima foi atacada dentro de seu carro por dois homens em uma motocicleta. Raylton estava na garupa e disparou os tiros fatais, enquanto o piloto da moto ainda não foi identificado.

Após o crime, o soldado foi flagrado voltando para casa a pé. Dentro da residência, policiais apreenderam um capacete semelhante ao utilizado pelo atirador.

Quais crimes o PM pode responder

Com base nas provas e confissão, Raylton poderá responder pelos seguintes crimes:

  • Homicídio qualificado (art. 121, §2º, incisos I, IV e V do Código Penal) – motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar vantagem em outro crime (processo judicial).
  • Porte ilegal de arma de fogo (caso seja confirmada a posse da arma usada).
  • Associação criminosa (art. 288 do Código Penal), já que há envolvimento de pelo menos três pessoas: o militar, sua esposa e o piloto da moto.
  • Prevaricação militar (por usar sua condição funcional para cometer crime, previsto no Código Penal Militar).

Quanto tempo de prisão ele pode pegar

Somente pelo homicídio qualificado, a pena varia de 12 a 30 anos de reclusão. Caso seja condenado também por associação criminosa e porte ilegal de arma, a soma pode ultrapassar 35 anos de prisão.

Além disso, por ser policial militar, Raylton pode ser expulso da corporação e responder também na Justiça Militar.

Situação da esposa

A farmacêutica Aline Valandro Kounz, esposa do soldado, também teve prisão decretada e continua sendo procurada. A Polícia Civil trabalha para confirmar sua participação direta no crime.



FONTE: Lapada Lapada

Redação

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