Deputado propõe renomear Deic para Delegado Ruy Ferraz Fontes, executado em Praia Grande, SP
Polícia Civil e Prefeitura de Praia Grande
O deputado estadual Delegado Olim (PP) apresentou, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), um projeto para alterar o nome do Departamento de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil para “Delegado Ruy Ferraz Fontes”, executado em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A proposta deve ser votada pelos parlamentares.
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O projeto foi apresentado na última quarta-feira (24), e busca reconhecer o papel de Ruy à frente do departamento por quase 15 anos. Foi no Deic em que ele iniciou as investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), e teve forte atuação no combate ao crime organizado.
“Esta singela homenagem que aqui propomos, atribuindo seu nome ao DEIC, está longe de fazer justiça ao trabalho e dedicação desempenhados pelo Dr. Ruy Ferraz Fontes à Polícia Civil”, ressaltou o parlamentar em sua justificativa
O g1 solicitou mais informações sobre a tramitação do projeto à Alesp e um posicionamento a respeito da proposta à Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.
Crime
Ex-delegado executado em SP estava sendo monitorado há mais de um mês, aponta investigação
O assassinato de Ruy Ferraz Fontes ocorreu momentos após ele cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande como secretário de Administração. Ele estava aposentado da Polícia Civil.
Câmeras flagraram o momento em que três criminosos portando fuzis desembarcam de uma caminhonete, que estava logo atrás do carro de Ruy Ferraz, e atiram contra o ex-delegado (veja abaixo a cronologia do crime).
Infográfico: criminosos fazem tocaia antes de iniciar ataque e perseguição ao delegado
Arte/g1
Quem era Ruy?
Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa.
Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes
Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo.
Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias.
Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal.
Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado.
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FONTE: Lapada Lapada