A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta quarta-feira (30), no Rio de Janeiro, o novo calendário do futebol profissional masculino, que entrará em vigor a partir de 2026 e já prevê ajustes até 2029. A reformulação, considerada a mais ampla das últimas décadas, busca equilibrar a carga de jogos entre clubes da Série A e ampliar as oportunidades para equipes que hoje ficam sem calendário nacional após os campeonatos estaduais.
Segundo o presidente da CBF, Samir Xaud, a construção do novo modelo foi feita em diálogo com clubes, federações e representantes do mercado. “O calendário era uma das prioridades da nossa gestão. 2026 ainda será um ano de transição, mas é o primeiro passo para um futebol mais justo, racional e democrático”, afirmou.
Rafael Ribeiro/CBF
O diretor de Competições da entidade, Julio Avellar, destacou que a mudança atende a dois pontos principais: diminuir o excesso de jogos para os clubes da elite e garantir mais espaço às equipes de menor investimento. “Agora, times que ficavam meses inativos terão competições nacionais para disputar”, disse.
Principais mudanças
Redução da sobrecarga para clubes da Série A
Os estaduais passam de 16 para 11 datas, com início em 11 de janeiro e término em 8 de março. A Copa do Brasil será ampliada, mas os times da Série A só entrarão na quinta fase, reduzindo até 15% o número de partidas no calendário da elite.
Expansão das competições nacionais
O número de clubes com calendário nacional aumentará em 26%. Ao todo, serão 82 novas vagas criadas em diferentes divisões e torneios. A Série D, por exemplo, passará de 64 para 96 participantes já em 2026.
Reforço aos regionais
A CBF estabeleceu janelas específicas para torneios regionais, evitando sobreposição com os estaduais. Além da Copa do Nordeste e da Copa Verde, o calendário contará com o retorno da Copa Norte, a criação da Copa Centro-Oeste e o lançamento da Copa Sul-Sudeste, ampliando a representatividade das 27 federações estaduais.
Copa do Brasil mais democrática
O torneio passará de 92 para 126 clubes em 2026 e chegará a 128 participantes em 2027. O número de vagas destinadas às federações estaduais crescerá de 80 para 102. A final, em jogo único, encerrará o calendário nacional.
Novos formatos nas divisões de acesso
Série C: terá expansão gradual, chegando a 28 clubes em 2028.
Série D: crescerá para 96 participantes, com fase de grupos mais robusta, playoffs e seis vagas de acesso para a Série C.
A CBF anunciou que o montante destinado às competições passará para R$ 1,3 bilhão, com aumento de 11% no total de partidas organizadas pela entidade.
Impacto esperado
A reformulação busca corrigir distorções que marcaram os últimos anos. Em 2024, por exemplo, os 20 clubes da Série A estiveram entre os 21 que mais jogaram no mundo, com média de 67,4 partidas por temporada, contra 57,2 dos principais times internacionais. Enquanto isso, centenas de clubes do país ficavam meses sem calendário.
Com o novo modelo, a expectativa é oferecer previsibilidade e fôlego para os grandes, enquanto democratiza o acesso ao calendário nacional para equipes do interior. A CBF também aposta no fortalecimento comercial das competições e na valorização técnica dos campeonatos estaduais e regionais. (Com assessoria)
Confira todas as mudanças no documento em anexo no site da CBF
FONTE: RDNEWS