sexta-feira, outubro 10, 2025

Famlia de pecuarista morto por policial pede nova percia em cmeras | FOLHAMAX

 

A defesa da família do pecuarista João Antônio Pinto, de 86 anos, morto por um tiro disparado pelo investigador Jeovânio Vidal Griebel durante uma ocorrência policial em fevereiro de 2024, pediu uma nova análise das imagens das câmeras de segurança da chácara onde o crime ocorreu, no Contorno Leste, em Cuiabá.

Um vídeo mostra o momento da retirada do corpo de idoso.A advogada Gabriela Zaque, representante da família, afirmou que o laudo da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) que concluiu que as câmeras não estavam gravando no momento da morte apresenta inconsistências técnicas.

“Quando saiu o laudo da análise do DVR, veio com esse parecer que não tem sentido. A câmera não estava gravando e voltou a gravar quando a perícia estava lá, sendo que meus clientes tinham certeza que estava funcionando, pois eles acessavam sempre, considerando que a terra no Contorno Leste estava sendo invadida”, disse a advogada.

Eles ficaram muito decepcionados e com uma certa estranheza, pois não faz sentido a câmera voltar a funcionar somente quando a Politec chegou lá. A família quer justiça. Quer que o Ministério Público peça uma nova análise sobre o material que ficou com a Politec, não esse entregue”, completou.

O delegado Marlon Conceição Luz, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu o inquérito policial em novembro de 2024 e sugeriu o arquivamento do caso, entendendo que o investigador agiu em legítima defesa.

Segundo o relatório, Jeovânio teria reagido após o pecuarista apontar uma arma de fogo em direção aos policiais que investigavam uma denúncia de ameaça e porte ilegal. O disparo, feito com uma pistola Glock calibre 9 milímetros, atingiu João no tórax, causando sua morte no local.

O documento destacou que o policial usou “meios moderados para repelir injusta agressão” e, por isso, o delegado deixou de indiciá-lo, reconhecendo a excludente de ilicitude prevista no artigo 23 do Código Penal.

Durante as investigações, a Corregedoria da Polícia Civil afastou Jeovânio das funções após ser descoberto que ele é cunhado de Elmar Soares Inácio, apontado como suposto grileiro acusado de tentar invadir a propriedade de João Pinto.

A vítima havia discutido dias antes com invasores por causa de uma cerca na divisa da chácara São João.

Testemunhas relataram que João, que era CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), tinha problemas de audição e visão e acreditava estar diante dos invasores quando viu as viaturas chegarem.

Para a família, as circunstâncias da morte ainda não estão esclarecidas. O principal ponto de contestação é justamente o funcionamento das câmeras, que poderiam confirmar se houve ou não reação por parte do pecuarista. “Eles sempre mantinham as câmeras ativas por medo das invasões. Não é plausível que o equipamento tenha parado de gravar justamente naquele momento”, disse Gabriela Zaque.

A defesa deve formalizar pedido ao Ministério Público Estadualpara que solicite uma nova perícia técnica sobre o sistema de gravação apreendido pela Politec, antes de qualquer decisão definitiva sobre o arquivamento do inquérito.

FONTE: Folha Max

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