Rubio vai obedecer Trump e Bessent, do Tesouro, será escalado para falar com governo Lula
O telefonema entre Lula e Donald Trump, que tem rasgado elogios ao agora colega brasileiro, enterrou definitivamente a conspiração de Eduardo Bolsonaro (PL) contra o Brasil e a narrativa desesperada de buscar “anistia ampla, geral e irrestrita”,
que na verdade está totalmente restrita na tentativa de que o pai, Jair Bolsonaro (PL), cumpra parte dos 27 anos e 3 meses de condenação por tentativa de golpe no Complexo Prisional da Papuda.
Após o anúncio da conversa entre os dois presidentes, Eduardo correu às redes para propagar a narrativa de que “Rubio é conhecido pelo seu perfil ideológico” e que a indicação de seu nome por Trump ajudaria a conspirata do clã.
Acontece que Rubio é um funcionário de Donald Trump e vai obedecer na negociação ordens do chefe, que já emitiu sinais que abandonou a questão ideológica e a causa de Bolsonaro após a realidade econômica se impor nos EUA.
Na conversa com Lula, Trump sequer tocou no nome de Bolsonaro – citado no primeiro parágrafo da carta divulgada em julho, quando impôs o tarifaço aos produtos brasileiros. À época, o presidente dos EUA anunciou que a guerra tarifária foi imposta pela “caça às bruxas” ao ex-presidente.
No entanto, a estratégia de Trump saiu pela culatra. Bolsonaro foi condenado no Brasil, enquanto nos EUA a população começou a sentir o peso do tarifaço em produtos básicos como café e carne – obra prima dos hamburgueres.
“O café, a gente exportava para os Estados Unidos. A participação majoritária de toda a exportação do café dos Estados Unidos. E eles faziam a valorização, a agregação de valor lá, gerando emprego, renda, tendo um produto mais acessível, mesmo que eles tivessem várias taxas para o café. O que aconteceu? Nosso café está indo para a Alemanha. É agregado valor na Alemanha e depois vai para os Estados Unidos, ficando mais caro para o americano. Então, acho que aos poucos também vão perceber o quanto essas medidas abusivas, absurdas, têm um impacto negativo para a economia lá nos Estados Unidos”, disse Padilha, mostrando que a realidade se impôs para Trump.
Lei Magnitsky
Em outra frente, os bolsonaristas radicais ecoaram a narrativa de que Trump tirou da linha de frente das negociações com o Brasil o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Ex-parceiro do “globalista” George Soros na Soros Fund Management e fundador do Key Square Group, uma empresa global de investimentos macroeconômicos, Besset assumiu o controle do Tesouro dos EUA após despejar dinheiro na campanha de Trump.
É dele a responsabilidade por levantar sanções econômicas com a Lei Magnitsky, usada contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que é tido como algoz do clã Bolsonaro.
No entanto, em entrevista na manhã desta terça-feira (7), o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, sinalizou que Bessent deve ser incluído nas negociações.
“Com essa aproximação desde o encontro da ONU e agora o telefonema de ontem, pode ser que encontremos espaço para uma nova conversa com o Scott Bessent. Vai distensionar, abrir espaço para uma conversa franca e produtiva. As informações vão chegando com mais veracidade ao governo americano”, afirmou Haddad.
Com essa aproximação desde o encontro da ONU e agora o telefonema de ontem, pode ser que encontremos espaço para uma nova conversa com o Scott Bessent”, disse Haddad, que se encontrou com o secretário do Tesouro dos EUA em março deste ano.
O que Eduardo e os bolsonaristas não levam em conta é que Trump abandonou a pauta ideológica em relação ao Brasil e está cada dia mais afoito em abrir uma negociação econômica.
Muito além do café e da carne, o Brasil tem 26% das jazidas das chamadas terras raras, minérios que são essenciais para a alta tecnologia e a transição energética.
E, mais do que isso, que tem gente no mundo, em especial a China, que pode absorver grande parte dos produtos afetados pelo tarifaço estadunidense.
Propagadores do terraplanismo diplomática, Eduardo e bolsonaristas radicais não entendem que na pauta do grande capital a questão ideológica é apenas meio e não fim. Trump abandonou o clã Bolsonaro na estrada por entender que só tem a perder apostando nas teorias da conspiração e negando a realidade diplomática no mundo.







