domingo, outubro 26, 2025

Hospital confirma 26 casos de contaminao e investiga outros 10 | FOLHAMAX

 

A Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo (Sesa) investiga mais 10 novos casos suspeitos de contaminação biológica no Hospital Santa Rita, em Vitória. Os casos são de pacientes e acompanhantes, e duas pessoas estão internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e oito em enfermarias.

A informação foi confirmada com exclusividade pela TV Gazeta em entrevista com o secretário da Sesa, Tyago Hoffmann, na tarde deste sábado (25).

“Cerca de 10 pessoas apresentaram sintomas semelhantes ao dos funcionários que foram infectados e esses pacientes e acompanhantes agora estão sendo acompanhados pela Secretaria de Estado da Saúde. Esse número pode ser ainda maior e isso já começa a criar uma certa preocupação ou acender um alerta ainda maior para a secretaria”, destacou o secretário.

Segundo o Hospital Santa Rita, 26 casos de contaminação de funcionários, do mesmo hospital, foram confirmados até a tarde de sábado. Dessas 19 precisaram ser internadas e oito seguem hospitalizadas, sendo três em UTI.

As autoridades de saúde ainda apuram a origem da infecção, que pode ser causada por bactéria ou fungo, e busca as causas prováveis, como falhas em sistemas de água ou ar-condicionado.

Internados

O secretário detalhou como os novos casos estão sendo monitorados e quais exames são feitos.

“Nós estamos monitorando, estão em leitos de isolamento em diversos hospitais espalhados por todo o estado e nós estamos acompanhando, primeiro coletando amostras de sangue, de urina, de exames pulmonares, para que a gente possa identificar para saber se trata do mesmo caso e também fazendo uma investigação social, para saber se esses pacientes e acompanhantes estavam na mesma ala, que foi a ala, digamos, onde aconteceu essa infecção, se esses pacientes e acompanhantes estiveram no mesmo período onde aconteceram as infecções relatadas pelos funcionários”, pontuou.

 

 

Segundo a administração do hospital, 26 funcionários foram infectados e até a tarde de sábado, oito pessoas permanecem internadas.

Casos confirmados com pacientes em UTI: 3

Casos confirmados com paciente na enfermaria: 5

Pacientes que foram internados: 14

Total casos confirmados: 26

Casos em investigação com pacientes em UTI: 2

Casos em investigação na enfermaria: 8

Total casos em investigação: 10

Dentre os pacientes internados, o caso mais grave é o de uma técnica de enfermagem de 49 anos que está entubada. O marido da profissional conversou com o g1 e disse que os primeiros sintomas surgiram em 15 de outubro.

“Ela começou com tosse, febre e dores no corpo. A imunidade dela é muito baixa, então tudo evoluiu muito rápido. Foi da enfermaria para a UTI, e logo depois precisou ser entubada. No momento ela não reage aos medicamentos. O pulmãozinho dela está muito comprometido. A única posição em que ela consegue reagir minimamente é quando está de bruços”, disse o marido.

Hoffmann destacou que a Vigilância Sanitária monitora a situação e nenhum relato de novos casos desde o dia 22 de outubro.

Os principais sintomas sentidos pelos pacientes são: dor de cabeça, dor no corpo, febre muito alta, dificuldade para respirar e saturação e frequência cardíaca alteradas.

Enquanto isso, equipes do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espírito Santo (Lacen/ES) realizam testes com quase 300 patógenos para identificar o que causou a contaminação.

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A expectativa é de que os resultados saiam até o fim da próxima semana. “As nossas equipes estão reunidas com as equipes do hospital, porque diversas medidas, do ponto de vista de vigilância sanitária estão sendo tomadas para que a gente possa garantir a segurança dos profissionais, dos pacientes e dos acompanhantes, tendo em vista que esse é um hospital de referência no Estado do Espírito Santo para tratamento oncológico. Então, nós temos lá muitos pacientes debilitados do ponto de vista do seu sistema imunológico. Estamos usando toda a tecnologia no nosso laboratório para identificar a causa dessa infecção

O secretário também afirmou que descoberta a causa da infecção, será aberta uma investigação por auditorias da secretaria para identificar a responsabilização do caso. “Nós vamos apurar se houve sim alguma falha do hospital, se houve alguma demora que dificultou a identificação ou que gerou, por exemplo, uma piora do quadro clínico desses pacientes”, disse.

Medidas tomadas após a contaminação

O hospital afirmou que segue com as atividades normais e nenhuma cirurgia foi cancelada. Alguns profissionais decidiram adiar procedimentos cirúrgicos eletivos por conta própria.

Além disso, unidades de saúde da Grande Vitória reforçaram medidas de segurança com a confirmação da contaminação.

A Unimed Vitória e o Vitória Apart relataram que entre as principais ações implementadas estão obrigatoriedade do uso de máscaras em todas as áreas assistenciais e monitoramento de profissionais que estiveram no hospital.

Entenda

 

O caso se tornou público na sexta-feira (24), mas as internações dos profissionais de saúde afetados começaram mais de uma semana antes da divulgação. Ainda não há confirmação oficial sobre a origem da contaminação. As principais suspeitas recaem sobre o sistema de água ou o ar condicionado da unidade hospitalar, além da possibilidade de contaminação por contato com superfície.

Amostras de água, ar, roupas de cama e insumos hospitalares foram coletadas para análise laboratorial. “Provavelmente é alguma causa ambiental, porque contaminou esses profissionais de saúde e não contaminou outros. Aí pode ser água, pode ser alguma superfície onde esses profissionais se alimentam, pode ser algum ar-condicionado de alguma sala que esses profissionais descansam, por exemplo”, disse o secretário de Saúde.

FONTE: Folha Max

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