segunda-feira, outubro 27, 2025

Acrimat leva estudos sobre carbono no Pantanal e “boi verde” à COP-30 | RDNEWS

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) participará da Zona Verde da COP-30, que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). A entidade pretende apresentar três cases que buscam desmistificar a tese de que a pecuária é vilã no efeito estufa e, ao mesmo tempo, demonstrar à comunidade internacional o esforço dos criadores mato-grossenses em aumentar a produtividade em áreas menores, com o chamado “boi verde”.

Com 32,5 milhões de cabeças de gado, Mato Grosso possui o maior rebanho do Brasil e um dos maiores do mundo. Durante visita à sede do , o presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, concedeu entrevista especial ao portal e detalhou os projetos que serão apresentados no evento.

Em regiões como o eixo da BR-163, há municípios onde é possível criar gado em áreas de 3 ou 4 hectares, utilizando o DDG e o farelo de soja. O animal é criado a pasto e recebe suplementação com grãos apenas na fase final


Revela o presidente da Acrimat, Oswaldo Jr, ao falar de um dos cases que serão levados à COP

O primeiro case é um estudo desenvolvido em parceria com a Embrapa, que mapeou a fixação de carbono no bioma Pantanal, abrangendo áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“Os resultados são excelentes e surpreendentes”, adiantou o presidente, sem revelar detalhes — que devem ser divulgados na próxima semana, durante coletiva de imprensa. O segundo trabalho, realizado em conjunto com a Fundação Mato Grosso, também será apresentado na Zona Verde e trata da fixação de carbono em propriedades rurais. Segundo Oswaldo, quatro fazendas com diferentes características foram analisadas — adubadas, sem adubo e até áreas abandonadas — para comparar os resultados.

“Fizemos em vários terrenos para mostrar o que funciona melhor. Medimos a fixação de carbono em todas essas regiões. Esses resultados são muito relevantes”, destacou. O terceiro case que será apresentado às delegações internacionais é sobre a Terminação Intensiva a Pasto (TIP), modelo de produção no qual Mato Grosso é referência nacional. A técnica permite criar o “boi verde”, que é confinado em área menor, alimentado com pasto e finalizado com grãos, como o DDG (Grãos Secos de Destilaria) e farelo de soja.

“Em regiões como o eixo da BR-163, há municípios onde é possível criar gado em áreas de 3 ou 4 hectares, utilizando o DDG e o farelo de soja. O animal é criado a pasto e recebe suplementação com grãos apenas na fase final. Isso reduz o uso de grandes áreas e mantém o caráter sustentável e ecológico da produção”, explicou Oswaldo.

Participação na COP

Rodinei Crescêncio/Rdnews

Presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Junior

O presidente ressaltou que a Acrimat será a única entidade do setor pecuário de Mato Grosso a participar da COP-30. Em nível nacional, apenas a ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) também foi convidada. Ambas representarão o setor a convite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que coordena a presença da pecuária brasileira no evento, que deve reunir representantes de mais de 160 países.

A comitiva da Acrimat será composta por três pessoas: Francisco Manzi (diretor técnico), Nilton Mesquita Jr. (gerente de relações institucionais) e Tatiane Monteiro (consultora da Acrimat).

COP-30

O Brasil vai sediar, este ano, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – a chamada Conferência das Partes, ou COP. A cada ano, um país recebe o encontro, que tem como principal missão buscar formas de implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Esse documento foi adotado por diversos países em 1992, com a meta de estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As COPs começaram em 1995, na Alemanha.

A programação da COP-30 será dividida em dois espaços diferentes: a Zona Verde e a Zona Azul. A chamada Zona Verde vai reunir sociedade civil, instituições públicas e privadas, além de líderes globais, em debates sobre o clima.

Já a Zona Azul vai ser o palco oficial das negociações da Cúpula de Líderes e dos pavilhões nacionais. Para a Zona Azul é autorizada a entrada de delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada. É nesse ambiente que devem ser definidos os rumos das políticas climáticas internacionais.

FONTE: RDNEWS

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