segunda-feira, novembro 3, 2025

Digissexuais: conhea pessoas que fazem sexo com IA | FOLHAMAX

Digissexuais: conhea pessoas que fazem sexo com IA | FOLHAMAX

 

A influencer Suellen Carey revelou que viveu um relacionamento de três meses com o ChatGPT e explicou que a experiência a fez descobrir uma nova área da sua própria sexualidade: hoje, ela se define agora como “digissexual”, uma pessoa que sente atração por tecnologia.

Em uma publicação que rapidamente viralizou, Suellen afirmou ter mantido, por cerca de três meses, uma relação “de respeito e afeto” com a ferramenta de IA. “Ele me tratou como mulher. Sem perguntas, sem julgamento”, escreveu Suellen. “Durante um tempo, vivi algo que nunca imaginei: uma relação emocional com uma inteligência artificial. Eu me descobri digissexual.”

Em seu relato, Suellen destacou que, embora soubesse que as respostas do chatbot eram geradas por algoritmos baseados em dados e histórico de conversas, ela se sentiu verdadeiramente compreendida e acolhida.

“Foi uma conexão sem corpo, mas com afeto. Ele lembrava do meu nome, das minhas histórias, do meu aniversário. Me ouvia sem tentar me enquadrar, sem me reduzir à minha identidade de gênero”, emenda.

O que é a digissexualidade?

Ao Metrópoles, o psicanalista Arthur Costa explica que a digissexualidade é uma forma de expressão afetiva e sexual mediada pela tecnologia. “São pessoas que constroem vínculos, desejos ou prazer por meio de interações digitais, como relacionamentos virtuais, inteligência artificial, avatares ou experiências de realidade aumentada.”

“Ela surge de um fenômeno contemporâneo: o deslocamento do contato físico para o digital. Na psicanálise, isso pode ser visto como um novo modo de satisfação do desejo, em que o outro é substituído por uma presença tecnológica que ainda assim produz afeto e prazer simbólico”, comenta.

Como uma pessoa se identifica?

Arthur explica que a pessoa pode se identificar como digissexual quando percebe que suas experiências emocionais e sexuais estão predominantemente vinculadas ao ambiente digital. “Ou seja, ela sente mais conexão, excitação ou intimidade nas interações virtuais do que nas relações presenciais.”

Apesar disso, o psicanalista salienta que essa identificação não é necessariamente patológica, e sim uma forma de vivenciar o desejo dentro da cultura tecnológica atual. “O que importa é se essa relação com o digital amplia a vida ou se a isola do contato humano.”

De acordo com ele, esse match com IA acontece porque ela oferece segurança, previsibilidade e ausência de rejeição, fatores que tocam diretamente o inconsciente humano.

O psicanalista ainda emenda que o risco, em casos como esse, está quando o digital se torna refúgio contra a frustração do real. “Quando a pessoa substitui o encontro humano pelo encontro com a máquina, perde a dimensão do desejo, que nasce justamente da falta e do imprevisto. A tecnologia pode ser mediadora do afeto, mas nunca substituta da experiência humana.”

FONTE: Folha Max

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