Deputado trava aumento no TJ; servidores fazem ‘paralisao de alerta’ | FOLHAMAX

 

Um novo pedido de vista adiou a votação do reajuste de 6,8% destinado aos servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Com isso, o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues dos Santos, avisou que a categoria irá paralisar nesta quarta-feira (5). 

A segunda votação estava prevista para a sessão ordinária desta manhã. Contudo, ao passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e receber os votos favoráveis do presidente Eduardo Botelho (União) e da deputada Janaína Riva (MDB), o deputado Dr. Eugênio (PSB) pediu vista. 

É a segunda vez que a votação é travada. A primeira foi quando o vice-líder do Governo, deputado Beto Dois a Um (PSB) pediu vista na sessão do dia 15 de outubro.

Quando a matéria voltou, na sessão do dia 22 de outubro, uma confusão se instalou na hora da votação, visto que a base governista apontou falhas no trâmite. Mesmo assim, com oito votos favoráveis, o projeto foi aprovado em primeira votação.

Agora, a proposta precisa ser aprovada primeiro na CCJ antes de ir para análise dos parlamentares em plenário. Diante do novo ‘travamento’, Rosenwal criticou o governador Mauro Mendes (União).

“O governador hoje quer mandar no Judiciário, Legislativo e Executivo. Então, os poderes têm que se revoltar contra essa atitude. Ele não quer que os outros servidores públicos corram atrás do RGA deles. O governador só quer fazer parque para rico, roda-gigante para rico, e não vamos admitir isso. Hoje foi um desrespeito, hoje tiveram aqui dois ex-presidentes do Tribunal de Justiça, para ajudar o desembargador Zuquim para essa matéria e a gente parar com essa brincadeira”, disparou. 

O sindicalista ainda lamentou o pedido de vista de Eugênio. “Nos deparamos com um pedido de vista do deputado Eugênio. É lamentável. Ontem à tarde, fiz um comunicado por WhatsApp a todos os deputados estaduais, pedindo a eles, com humildade, que votassem o projeto dos servidores e a gente parasse com essa guerra”, desabafou. 

O Governo Estadual tem manifestado preocupação quanto ao aumento, afirmando que o impacto pode extrapolar o orçamento atual do TJ e provocar efeito cascata entre as demais categorias do serviço público estadual, o que poderia representar custos superiores a R$ 1 bilhão para o caixa do Estado no futuro. “Ele está infringindo a Constituição Federal e quer mandar no orçamento do TJ e fica usando os secretários, achando que a população é burra, achando que somos burros. O governador demonstra em toda a sua gestão de dois mandatos, que ele não gosta do servidor público, só que ele tem que entender que se ele tem um sucesso perante a sociedade, é porque a máquina funciona com o servidor público”, afirmou o sindicalista. 

A correção contemplará aproximadamente 3,5 mil servidores, com impacto estimado de R$ 42 milhões apenas em 2025 dentro do próprio orçamento do TJMT. “É igual à Assembleia Legislativa, sem os funcionários da Assembleia, nenhum deputado faz nada. É igual juiz, desembargador, sem o servidor também não faz nada. Ele veio da iniciativa privada, menosprezando o servidor público, que ajuda a fazer a máquina funcionar”, criticou.

FONTE: Folha Max

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